“House Of Cards” é o assunto do momento e, pasmem, isso não é novidade para a Netflix. A empresa, baseada em sua cultura de resultados, conseguiu determinar o sucesso da série, antes mesmo de ela ser lançada.

Depois de um longo dia no trabalho, você chega em casa, deita no sofá, acessa a sua conta da Netflix e começa a assistir, sem saber, a um conteúdo que carrega lições preciosas para o seu negócio. Estamos falando de “House Of Cards”, umas das séries originais da Netflix, que, além de ser um sucesso global, é um ótimo exemplo da cultura de resultados.

O sucesso da série já era esperado pela empresa, antes mesmo do diretor gritar “Corta!”, no estúdio. E se você acha que tudo isso não passou de um golpe de sorte: BÉÉ! Resposta errada.

A Netflix já é responsável pela queda da audiência em grandes programas da TV norte-americana e parece que, a cada dia que passa, a organização consegue acertar seu alvo com mais precisão. Grande parte desse sucesso está relacionado, como já dissemos, à cultura de resultados. Em outras palavras: a Netflix pega todos aqueles dados que o empreendedor, às vezes, deixa de lado e os transforma em uma espécie de Waze dos negócios, tomando decisões rápidas e eficazes em direção ao destino correto.

E como eles fazem isso? Para te ajudar a entender melhor, separamos alguns dos passos da cultura de resultados:

Coleta de Dados

Esta primeira etapa é essencial para o desenrolar de todas as outras atividades dentro de uma cultura de resultados. Sem dados, uma empresa não está tomando decisões inteligentes, o empreendedor está apenas sendo guiado pelo seu instinto que, algumas vezes, pode falhar.

Imagine que você quer jogar dardos, mas está de olhos vendados. Existe a chance de você acertar o alvo? Sim, mas elas são muito baixas comparadas com as chances de quando você está de olhos abertos, enxergando, claramente, o que está a sua frente. É exatamente para isso que a coleta de dados serve: ela tira a venda que impede que a sua visão seja mais apurada e clara.

A Netflix analisou seu mercado inteiro para entender qual série iria repercutir melhor. E não foram apenas pesquisas de comportamento. A organização analisou cada clique, pausa, tempo de retenção nas séries e filmes, aceleração ou desaceleração de frames, entre mil outros fatores, até chegar a uma conclusão. Se eles tivessem parado de analisar logo no primeiro fator, muito provavelmente a análise teria sido comprometida. Afinal, quantas foram as vezes que não clicamos em uma série, mas não ficamos nela por mais de 5 minutos?

Para ter essas informações em mãos, as empresas precisam escolher os meios de coleta de dados.

E, para ajudar nessa escolha, temos ao nosso lado diversas tecnologias, cada qual com um objetivo, que se desenvolveram muito nos últimos anos. Antes, só era possível ver uma ponta do iceberg. Hoje, com ferramentas automatizadas, já conseguimos ter uma visão mais ampla e profunda, prevenindo muitas empresas de afundarem.

A Netflix optou por usar o sistema de big data, pelo qual a organização tem acesso a uma grande gama de dados e os estuda para entender exatamente onde o seu negócio está posicionado e quais dados são relevantes para a ação que desejam realizar.

Mas você não precisa se ater a esse meio, existem muitos outros. Pelo Google Analytics, por exemplo, você pré-define quais dados precisam ser estudados e gera relatórios com cruzamentos baseados em sua relevância para a organização. Você pode também consultar seu público diretamente, por meio de pesquisas.

Uma pesquisa quantitativa permite fazer perguntas estruturadas, por e-mail ou questionário físico, e receber respostas objetivas. “Gosta dessa coisa aqui?”. “Sim”. “E dessa outra?”. “Não”. Dessa forma, você tem estatísticas das impressões de seus clientes sobre algum ponto do seu produto ou serviço. O NPS é uma metodologia que se encaixa muito bem aqui.

Se você quiser aprofundar um pouco mais nessas impressões, em um nível mais pessoal, uma pesquisa qualitativa pode resolver. Seria aquele famoso telefonema que você recebe de muitas empresas, perguntando sobre sua satisfação, pedindo sugestões de melhora, quase num formato de entrevista. Ela pode ser uma etapa seguinte à pesquisa qualitativa, para entender melhor o perfil e o envolvimento do seu cliente.

Com o método escolhido e resultados em mãos, chegou a hora de analisar as métricas.

Análise de dados

Os resultados chegaram e agora começa o trabalho de entender o que cada um deles está dizendo para a sua organização.

A Netflix entendeu que seu público gostava de séries políticas, mas que isso nem sempre era o foco daqueles que optavam por conteúdos direcionados a isso. A empresa também começou a olhar para uma antiga série britânica que fez muito sucesso e estava a venda, com atores e diretores populares dentre seu público alvo.

No final das contas, surgiu o “House Of Cards”, uma série que vai bem além de política. Ela tem personagens fortes, principalmente os femininos, além de abordar diversos temas que são de interesse dos usuários. A Netflix, portanto, não previu que a série seria um sucesso, ela teve a certeza, pois todas as suas ações foram baseados em dados bem analisados.

Depois de entender melhor os seus dados, é hora de definir as metas.

Definição de Metas

Com um grande alvo pairando sobre suas cabeças, todas as áreas da Netflix começaram a se movimentar para viabilizar o atingimento desse macro objetivo, por meio de ações que influenciavam, direta ou indiretamente, a entrega da série. A criação de metas não é algo fácil e é por isso que devemos sempre resevar um bom tempo para esta etapa.

No caso da Netflix, seu grande objetivo era promover uma série de sucesso, mas isso não dependia apenas de uma única área ou pessoa, mas sim da sinergia de vários setores. Por isso existiam diversas metas menores que contribuíam para uma macro meta.
Meta definida deve ser meta cumprida, para isso é preciso entender como cada uma delas se desdobra.

Desdobramento de Metas

Outro ponto muito importante, dentro de cultura de resultados, é o desdobramento de metas compartilhadas. Em outras palavras, como cada área está envolvida com o macro objetivo definido pela empresa. Pense novamente no case da Netflix.

A empresa, nesse momento, já fez uma ampla pesquisa, definiu qual seu objetivo e como irá atingi-lo. Agora chegou a hora de distribuir, por todas as áreas, as funções que irão ajudar, direta ou indiretamente, a atingir o macro objetivo.

Na Netflix, a área de comunicação pensou em uma campanha nas mídias sociais, a publicidade criou propagandas e outros diversos setores também se uniram, cada um a sua maneira, para entregar esse resultado da melhor forma possível. E eles conseguiram. Na verdade, eles superaram as suas próprias expectativas! E como tudo isso aconteceu? Fácil, eles sabiam para onde estavam indo.

Se o seu sistema nervoso tem um problema e não envia um sinal para que as suas pernas se movam, quando você tentar caminhar, você irá cair. Se a sua empresa tentar tatear, no escuro, quais são os caminhos a serem seguidos, sem o auxílio dos resultados e métricas, muito provavelmente, ela também irá de encontro ao chão.

Fonte:  Endeavor Brasil / Administradores

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here