Imagem: Reprodução

Por *Raimundo Feitosa

Na era do puxa-encolhe, os capítulos da política brasileira, dignos de uma trama de novela mexicana, desestimulam o eleitor e jogam um balde de água fria no que chamamos de “festa da democracia”, o dia do sufrágio. A BBC Brasil publicou numa matéria, em junho de 2018, o resultado de uma pesquisa do IBOPE apontando que 6 em cada 10 brasileiros estão indecisos ou não querem votar. Nesse cenário de indecisão as previsões óbvias afloram.

Hoje abri a página virtual do jornal Metrópoles e dei de cara com um guru Galileu (nascido em galileia MG) por nome Carlinhos, que na verdade se chama José, fazendo previsões sobre as próximas eleições. Segundo ele, Frejat será governador (se quiser), Rolemberg não se reelegerá (pela baixa popularidade), Izalci, Alexandre Guerra, Paulo Chagas, Rogério Rosso, Peniel Pacheco e Fátima Sousa não tem chance e, Eliana Pedrosa pode dar trabalho. No cenário nacional, o Álvaro, a Marina, o Ciro e o Jair terão bom desempenho eleitoral, e o Lula deixa a prisão, mas não deve enfrentar as urnas.

Nada pessoal contra o Cacá. Mas fico cá com os meus botões procurando alguma novidade nas “previsões” e só encontro obviedade. A coisa está tão complicada que até o vidente tem que se arriscar no óbvio, o que seria cômico se não fosse trágico.

Mas, por trás dessa indefinição está um país mergulhado no caos da corrupção, que patrocina de forma macabra, todas as mazelas sociais. Prever os possíveis cenários políticos não é tão difícil. Eu quero saber é quem vai nos dar emprego, saúde, segurança, educação, dignidade…

Como eleitor não me interessa o que vai acontecer com as “celebridades” da política. Não é sobre pessoas, é sobre um País. Nem é sobre videntes, é sobre escolhas. Nosso destino como nação não está selado. O futuro de uma nação se constrói! O Brasil que eu quero não está nos astros, nem precisa ser adivinhado, porque ele está na força do povo e das instituições que o representam. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, o Brasil tem 147.302.344 de eleitores. Essa é a nossa força! Mas, se o IBOPE estiver certo, quase 90 milhões de eleitores Brasileiros podem não ir às urnas em outubro.

Quando um povo se omite, seja por opção ou por falta dela, tudo fica. Fica quem está, como está e onde está. Não sei é utópico, mas eu espero pelo candidato ou candidata de 90 milhões de votos. Sem adivinhação, sem especulação e sem maquiagem. Alguém que, de cara limpa, tenha o perfil, não de pessoa, mas do País que eu quero para o futuro.

*Raimundo Feitosa – Jornalista, teólogo, escritor e colunista do Agenda Capital

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