O presidente Lula com os ministros do STF Alexandre de Moraes (à esquerda) e Luís Roberto Barroso (à direita), no desfile cívico-militar de 7 de Setembro. Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

No entanto, em momentos de menor informalidade, os presentes comentaram a recente crise no governo envolvendo a demissão de Silvio Almeida, então ministro dos Direitos Humanos, após denúncias de assédio sexual

Por Redação

Em clima de descontração e bom humor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu ministros do governo e do Supremo Tribunal Federal (STF) para um churrasco na tarde deste sábado (7), logo após o desfile cívico-militar de 7 de Setembro, realizado em Brasília. A confraternização, no Palácio da Alvorada, reuniu autoridades que discutiram, entre risadas, os desdobramentos da manifestação bolsonarista na Avenida Paulista, que teve como alvo o ministro Alexandre de Moraes.

O ato em São Paulo, onde bolsonaristas pediam o impeachment de Moraes, foi tema de piadas entre os presentes. Um ministro chegou a brincar: “Alexandre, já já começam as suas homenagens”, provocando gargalhadas. Moraes, que também estava entre os convidados, aparentava estar despreocupado com os protestos e manteve o bom humor durante toda a ocasião. Segundo relatos, nenhum dos participantes chegou a usar o celular para acompanhar os acontecimentos em São Paulo.

Além de Moraes, outros ministros do STF, como Gilmar Mendes, Edson Fachin, Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli, marcaram presença no churrasco. A relação entre Lula e Toffoli, que já foi tensa após o magistrado proibir Lula de comparecer ao velório de seu irmão em 2019, parece estar se recompondo, mesmo que lentamente.

Do lado do governo, estavam ministros como Alexandre Silveira (Minas e Energia), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), José Múcio Monteiro (Defesa) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação). O evento foi descrito como “positivo”, e a descontração predominou durante toda a tarde.

No entanto, em momentos de menor informalidade, os presentes comentaram a recente crise no governo envolvendo a demissão de Silvio Almeida, então ministro dos Direitos Humanos, após denúncias de assédio sexual. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi mencionada como uma das possíveis vítimas. De acordo com participantes, houve consenso de que a situação de Almeida se tornou insustentável, e sua saída era inevitável.

O evento também serviu para reforçar a aliança entre Lula e o STF, com Moraes sendo colocado em uma posição de destaque durante as celebrações do 7 de Setembro. Durante seu discurso oficial na véspera, Lula defendeu a soberania do Brasil contra ameaças externas, aludindo à recente polêmica envolvendo Elon Musk e a suspensão da rede social X (antigo Twitter), determinada por Moraes. Lula reiterou que “nenhum país é de fato independente quando tolera ameaças à sua soberania” e que o Brasil não se curvaria a qualquer bilionário.

Enquanto o churrasco no Alvorada transcorria em clima leve, o ato em São Paulo, organizado por apoiadores de Bolsonaro, não teve a mesma magnitude de manifestações anteriores. O ex-presidente subiu em um carro de som e criticou Moraes, chamando-o de “ditador” e pedindo ao Senado que barrasse suas ações. Os manifestantes entoaram gritos de “Fora, Xandão” e declararam apoio a Musk, em clara oposição à decisão de suspender o X no Brasil.

O processo de impeachment contra Alexandre de Moraes, prometido por bolsonaristas, deve ser protocolado na próxima semana, mas não há expectativas de que avance no Senado.

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Da Redação do Agenda Capital

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