Silhueta do presidente Lula e bandeira do Brasil publicadas pelo regime de Nicolás Maduro. Reprodução.

A tensão entre os governos do Brasil e da Venezuela aumentou após a reeleição fraudada de Nicolás Maduro em julho deste ano

Por Delmo Menezes

A crise diplomática entre Brasil e Venezuela ganha novos contornos com uma publicação nas redes sociais da Polícia Nacional Bolivariana, (rede social oficial do governo) controlada pelo regime chavista, que sugere um alerta: “quem mexe com a Venezuela se dá mal“. Na postagem, aparece a silhueta de um homem com barba e cabelo grisalhos, em clara alusão ao presidente Lula (PT), ao lado da bandeira brasileira. A mensagem reitera a posição do regime de Nicolás Maduro contra “chantagens” e defende a soberania venezuelana.

A publicação não menciona diretamente o nome de Lula, mas o formato da silhueta e as características físicas deixam implícita a referência ao líder brasileiro. A mensagem, acompanhada da hashtag “Quem mexe com a Venezuela se dá mal”, afirma: “Nossa pátria é independente, livre e soberana. Não aceitamos chantagem de ninguém, não somos colônia de ninguém. Estamos destinados a vencer”. Além disso, o perfil de Diosdado Cabello, ministro do Interior e um dos principais dirigentes chavistas, foi marcado, intensificando a gravidade do recado.

Publicação da Polícia Nacional da Venezuela com imagem borrada de Lula: Reprodução

A tensão entre os governos do Brasil e da Venezuela aumentou após a reeleição de Nicolás Maduro em julho deste ano. As denúncias de fraude e a exclusão expressa por grande parte da comunidade internacional abalaram o reconhecimento da legitimidade do processo eleitoral venezuelano. Posteriormente, o clima de conflito foi agravado pelo veto do governo brasileiro ao pedido de entrada da Venezuela no grupo do Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A medida foi interpretada como uma resposta do Brasil às crescentes preocupações com as práticas do regime chavista, o que levou a uma escalada das críticas de figuras proeminentes do chavismo a membros do governo brasileiro, embora Maduro tenha evitado críticas diretas a Lula.

Diante do aumento das hostilidades e das recentes declarações, a relação entre os dois países, antes amigável durante os mandatos anteriores de Lula, parece adentrar uma nova fase marcada pela cautela e pela postura firme do governo brasileiro. Especialistas indicam que o cenário atual expõe não apenas as diferenças políticas entre Brasília e Caracas, mas também as pressões internas e externas enfrentadas por ambos os governos, especialmente no contexto das alianças internacionais e da crescente complexidade na América Latina.

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Da Redação do Agenda Capital

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