Paulo Henrique Costa, presidente do Banco de Brasília-BRB. Foto: Divulgação.

Negócio foi aprovado nesta sexta-feira, 28, pelo conselho de administração do banco estatal de Brasília; negócio é estimado em R$ 2 bilhões

Por Redação

Banco de Brasília (BRB) anunciou nesta sexta-feira, 28, a compra de 58% do capital total do Banco Master, assumindo assim o seu controle. Segundo apurou a reportagem, o negócio está estimado em cerca de R$ 2 bilhões. A operação foi aprovada por unanimidade pelo conselho de administração do BRB.

De acordo com as informações divulgada pelo banco público, controlado pelo governo do Distrito Federal, serão adquiridas 49% das ações ordinárias (com direito a voto) do Master e e 100% das ações preferenciais (sem direito a voto).

Os dois bancos continuarão operando separados, mas a marca será apenas a do BRB, que terá direito ao voto decisivo em determinadas matérias. A operação foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo.

“A autorização marca um momento muito especial do BRB, em que o banco se posiciona no mercado financeiro de maneira completa, moderna e inovadora, com capacidade de atender a todas as necessidades de seus clientes. A aquisição, quando autorizada, torna o BRB um dos 10 maiores bancos brasileiros em carteira de crédito”, disse o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.

Banco Central, de acordo com pessoas próximas ao negócio, ajudou a alinhar o acordo, sobretudo pelo fato de o BRB ser um banco estatal. As conversas vinham acontecendo nas últimas semanas, em Brasília e São Paulo.

Segundo o BRB, a operação será fechada após o cumprimento de algumas condições, como a conclusão de uma diligência dos ativos e passivos do Master.

“A Operação será precedida por uma reorganização societária do Banco Master, de modo que certos ativos e passivos não estratégicos, incluindo participações societárias em controladas, serão segregados do Banco Master”, disse o BRB.

De acordo ainda com o presidente do BRB, Paulo Costa, “o objetivo é ampliar o tamanho do BRB, ampliar nossa atuação no mercado em segmentos que o Master opera e, assim, trazer complementariedade de negócios ao BRB. Esse movimento vai fortalecer a nossa governança e dar ao BRB acesso a recursos especializados de tecnologia, inovação e de atuação nos setores de mercados de capitais, câmbio, middle e corporate e de cartão de crédito consignado”, pontuou Costa.

Com isso, ficarão sob o Master apenas o banco múltiplo; as sociedades ligadas ao Willbank, fintech adquirida pelo Master no ano passado; e a Maximainvest Securitizadora.

Crescimento via CDBs

O Banco Master se tornou alvo de comentários no mercado financeiro por seu crescimento rápido, emprestando recursos a empresas em dificuldades e captando recursos nas plataformas de investimento com venda de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com taxas bastante agressivas, acima das de outros bancos.

Desde que o antigo Máxima foi transformado em Master, em 2021, o patrimônio do banco cresceu quase dez vezes e a carteira de crédito quintuplicou.

O volume de CDBs distribuídos alcançou no ano passado, somado aos CDBs emitidos pelo willbank e pelo Voiter, adquiridos também em 2024, o equivalente a um terço do que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) tinha disponível em seu fundo para ressarcir depositantes caso haja quebra de alguma instituição do sistema.

Os CDBs estão entre as aplicações que estão cobertos pelo FGC – uma instituição privada, mantida pelos bancos, que protege investidores e correntistas em caso de problemas com instituições financeiras. O limite é de R$ 250 mil por CPF em cada instituição financeira.

A composição de seu patrimônio com títulos de dívidas, assim como a escalada na oferta de CDBs do mercado chamaram a atenção da Faria Lima e também do Banco Central, que reajustou normas que tocavam nesses dois pontos, exigindo que o Master fizesse ajustes em seu balanço e operação.

Desde que o antigo Máxima foi transformado em Master, em 2021, o patrimônio do banco cresceu quase dez vezes e a carteira de crédito quintuplicou.

O volume de CDBs distribuídos alcançou no ano passado, somado aos CDBs emitidos pelo willbank e pelo Voiter, adquiridos também em 2024, o equivalente a um terço do que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) tinha disponível em seu fundo para ressarcir depositantes caso haja quebra de alguma instituição do sistema.

Os CDBs estão entre as aplicações que estão cobertos pelo FGC – uma instituição privada, mantida pelos bancos, que protege investidores e correntistas em caso de problemas com instituições financeiras. O limite é de R$ 250 mil por CPF em cada instituição financeira.

A composição de seu patrimônio com títulos de dívidas, assim como a escalada na oferta de CDBs do mercado chamaram a atenção da Faria Lima e também do Banco Central, que reajustou normas que tocavam nesses dois pontos, exigindo que o Master fizesse ajustes em seu balanço e operação.

O Master fechou o ano de 2024 com planos ambiciosos, de captação de cerca de R$ 500 milhões no exterior e de ampliar a oferta de letras financeiras para investidores institucionais, para depender menos dos CDBs. O Master fez também reorganizou a estrutura de suas operações.

Aumento de capital

No ano passado, o BRB fez um aumento de capital privado de R$ 750 milhões, destinado a tornar o balanço mais robusto para manter o ritmo na concessão de crédito. O banco chegou a cogitar uma oferta pública subsequente de ações (follow-on), mas recuou diante das condições de mercado desfavoráveis.

O crescimento da carteira tem a ver com outra estratégia da atual gestão do banco, a da expansão geográfica. Nos últimos anos, o BRB abriu agências e conquistou folhas de pagamento fora do Distrito Federal, e também se apoiou em eventos esportivos para colocar a marca em outras localidades.

A principal investida foi a criação de um banco digital com o Flamengo, o Nação BRB Fla, que tinha 3,6 milhões de contas em setembro do ano passado. Outro dos objetivos da oferta era aumentar a liquidez da ação do BRB. Embora seja listado na B3, o banco tinha a maior parte das ações em circulação nas mãos da associação de funcionários, o que na prática ajudava a enxugar o giro do papel. Hoje, o total nas mãos de outros acionistas é maior, de 10,6%.

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Com Agenda Capital e Estadão

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