Palácio do Buriti. Foto: Reprodução.

Com a volta de José Roberto Arruda (PL) ao cenário eleitoral, quadro da disputa ao governo do Distrito Federal fica mais congestionado

Por Ana Maria Campos

Apesar da novidade na eleição — a possível entrada de José Roberto Arruda (PL) na disputa ao Palácio do Buriti —, os pré-candidatos já lançados de oposição ao governador Ibaneis Rocha (MDB) não demonstram disposição de recuar em seus projetos para se fortalecerem em alianças. Sinal de que a corrida eleitoral ao governo terá muitas raias.

A federação PT-PV-PCdoB firmou a candidatura do deputado distrital Leandro Grass (PV) ao governo, tendo a professora Olgamir Amancia (PCdoB) como vice e a diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) Rosilene Corrêa (PT) na disputa ao Senado. “Para nós, não muda nada. Estamos preparados para enfrentar qualquer candidato que surja da base bolsonarista”, afirma Grass. “Primeiro, precisamos saber se Arruda será mesmo candidato. Se ele for, o grande prejudicado é Ibaneis, que perderá parte de sua base”, aponta.

Os dirigentes da federação PSol-Rede também asseguram que a assistente social Keka Bagno (PSol) vai registrar seu nome no páreo. Essa é mais uma chapa que apoiará o ex-presidente Lula. A ideia é apresentar o discurso de defesa da diversidade, dos direitos humanos, além de combater Ibaneis e Jair Bolsonaro (PL). 

Assim como o pré-candidato do PSB Rafael Parente, que começou a montar chapa pura para concorrer ao Buriti. A vice deve ser a ex-deputada distrital Luzia de Paula (PSB). “Acredito que a chegada do Arruda bagunça ainda mais um cenário que já era confuso. Mas a pior notícia é para o Ibaneis. Apesar da boataria criada pelo próprio Arruda de que ele deve ser candidato a deputado federal, o ex-governador está trabalhando fortemente para se viabilizar como projeto bolsonarista no Distrito Federal”, acredita Parente. Ele analisa: “Se esse projeto se concretizar, vai conseguir esvaziar por completo o projeto do Ibaneis, que pode até desistir do pleito. Corre um risco muito alto de não chegar ao segundo turno”.

Parente tem conversado com o senador José Antônio Reguffe, pré-candidato do União Brasil ao governo. Há em pauta um possível acordo para que Parente seja vice de Reguffe. Mas esse acerto depende, ainda, da construção de alianças com partidos que já estão na frente de apoio a Reguffe, como Podemos, Pros, PSC e Cidadania.

Entre aliados de Reguffe, há uma aposta de que o embate entre Arruda e Ibaneis deve provocar uma cizânia tão grande na base de apoio ao governo que o candidato do União Brasil pode se beneficiar. Reguffe tem dito a pessoas próximas que não pensa em outro caminho além da disputa ao governo.

Não podemos ignorar a deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) que tem sempre pontuado bem nas pesquisas eleitorais. A parlamentar trava uma disputa judicial pelo comando da Federação Cidadania-DF/PSDB-DF. Na terça-feira (19/07), deve sair a definição sobre este embate. Paula deve entrar na disputa majoritária no pleito deste ano.

Outro que insiste em se manter no páreo é o senador Izalci Lucas (PSDB-DF). “A decisão do presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em favor do Arruda muda o cenário político de Brasília, mas não altera a minha disposição de disputar o governo em outubro. Vamos ver qual será a disposição do ex-governador. Até lá, tudo é especulação”, afirma Izalci.

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Com informações do Correio 

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