Presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Sem a sua principal figura, que vai se desfiliar para criar partido próprio, a legenda comandada por Luciano Bivar ensaia deixar de lado radicalismos e quer construir acordos com siglas de centro, de olho nas eleições municipais de 2020

Por Redação 

O anunciado desembarque do presidente Jair Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) do PSL é um assunto tratado com sobriedade dentro do partido. Os caciques da legenda sabem que, diferentemente das eleições de 2018, não poderão mais associar a imagem ao chefe do Executivo federal, mas isso, asseguram, não os preocupa. Para o presidente nacional,Luciano Bivar (PE), a desfiliação é a chance de reposicionar a sigla no cenário político nacional, com a construção de uma narrativa classificada por interlocutores como racional, não radical nem extremista. O alinhamento com as pautas governistas liberais na economia e conservadoras nos costumes, no Congresso, não vai mudar, mas com senso de autonomia maior para construção de acordos com os partidos de centro, em um movimento que se refletirá nas eleições municipais de 2020.

No próximo ano, o PSL terá R$ 358 milhões a gastar no pleito de 2020, dos quais são R$ 245 milhões do Fundo Eleitoral e R$ 113 milhões do Fundo Partidário. Até 2022, o valor contabilizado será próximo de R$ 1 bilhão. Contudo, embora o apoio financeiro e o tempo de televisão para as eleições sejam fatores que não podem ser desprezados, não são os únicos elencados por aliados de Bivar como motivos para a expectativa de sucesso e de uma vida próspera para a legenda no cenário “pós-Bolsonaro”. Se o presidente da República tivesse optado por permanecer na sigla, a leitura feita é de que seria difícil costurar acordos e coligações no sistema majoritário, ou seja, para candidaturas de prefeitos.“O discurso adotado por ele e os filhos é um obstáculo para a formação de  alianças e entendimentos. A bolha ‘bolsonarista’ não permite costuras”, analisa o deputado federal Júnior Bozzella (PSL-SP), braço direito de Bivar.

O planejamento é reposicionar a imagem do partido aos moldes de uma nova direita. “A que Bolsonaro defende é autoritária, remete à ditadura militar. O PSL, agora, pode ser o esteio de uma direita que ainda não nasceu e nortear o espectro político”, defende Bozzella. A legenda prepara um ousado planejamento para as próximas eleições. Bivar projeta um salto do controle da sigla em 30 municípios para 1 mil. Bozzella é mais modesto e acredita que o partido possa abocanhar entre 300 e 500 prefeituras. Entre as capitais, algumas pré-candidaturas estão postas. A deputada federal Joice Hasselmann (SP) será lançada em São Paulo, o deputado estadual Fernando Francischini (PR) disputará em Curitiba, e com aval do deputado federal Julian Lemos (PB),o radialista Nilvan Ferreira concorrerá em João Pessoa.

Da Redação com informações do Correio 

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