Por Redação*

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tenha “senso de urgência”. Ontem, a agência disse ter verificado que ainda “faltam dados necessários à avaliação da autorização de uso emergencial” da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan. 

Para Doria, “ritos da ciência devem ser respeitados, mas devemos lembrar que o Brasil perde cerca de mil vidas por dia para a covid-19”. “Com a liberação da Anvisa, milhões de vacinas que já estão prontas poderão salvar vidas”, escreveu o governador na manhã deste domingo nas redes sociais. Segundo o governo paulista, já há 10,8 milhões de doses da CoronaVac prontas para uso.

O governo paulista precisa da autorização da Anvisa para realizar seu plano estadual de imunização, cuja primeira fase está prevista para começar no próximo dia 25. 

No dia em que anunciou a taxa de eficácia da CoronaVac, na última quinta-feira (7), Doria já havia cobrado a Anvisa para não atender a “pressões de ordem ideológica”. A Anvisa faz parte do governo federal, comandado por Jair Bolsonaro (sem partido), com quem Doria tem trocado críticas a respeito da vacinação contra a covid-19.

O que falta para a Anvisa? 

O Butantan enviou documentos para o pedido de uso emergencial da vacina na última sexta-feira (8). Ontem, a Anvisa indicou que faltam informações como: Características demográficas e basais críticas da população do estudo Resultados do estudo por população de “intenção-de-tratamento” Dados sobre os números exatos sobre voluntários Descrição dos desvios de protocolo Listagem de participantes com desvios de protocolo Dados de imunogenicidade do estudo fase 3.

Anvisa quer comparar grupos

Na Anvisa, essas informações são vistas como importantes porque permitem a comparação entre grupos tratados, como resultados por idade, sexo, raça, peso, índice de massa corporal e eventuais doenças pré-existentes dos participantes. E, segundo a agência, é preciso ter esses dados com base no grupo de estudo que tomou a vacina e no grupo que recebeu placebo. 

Em nota, o Butantan diz que “está à disposição para o fornecimento de todos os dados complementares solicitados”. Segundo o Butantan, o instituto fez mais duas reuniões com a Anvisa ontem.

Dúvidas sobre dados 

A falta de dados na divulgação da eficácia da CoronaVac na última quinta-feira (7), inclusive, foi alvo de críticas por parte da comunidade científica. Alguns especialistas, inclusive, apontam que a eficácia não seria de 78%, mas que poderia estar perto de 63%. 

O Butantan não divulgou à população os dados que foram enviados para a Anvisa. Ontem, o instituto também disse que “permanece fornecendo todos os documentos necessários para a agência”.

“O fato de a Anvisa solicitar mais informações, que estão sendo prontamente atendidas pelo Butantan, não afeta o prazo previsto para autorização de uso do imunobiológico”, diz o instituto. “Os pedidos de novos documentos ou mais informações são absolutamente comuns em processos como esses.”.

Com informações do Uol

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here