TURISTAS USAM MÁSCARAS ENQUANTO VISITAM A CIDADE DE VENEZA, NA ITÁLIA (FOTO: ANDREA PATTARO / AFP)

País registra 366 mortes e 7.375 casos e se torna o mais afetado depois da China. Noventa mil brasileiros estão entre os milhões de isolados no norte italiano, que teve todos os eventos públicos cancelados

Por Redação*

A Itália se tornou ontem o país mais afetado no mundo pela Covid-19 depois da China e também o sob a maior quarentena fora do território chinês. Com quase 1.500 novos casos e mais 133 mortes em 24 horas, a Itália vê a epidemia explodir. Já são 366 óbitos e 7.375 casos confirmados da Covid-19.

O primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte determinou a partir de ontem o início de uma quarentena para a região da Lombardia e outras 14 províncias do Centro e do Norte do país, incluindo Milão e Veneza. A decisão afeta a vida de cerca de 16 milhões de pessoas, que precisarão de permissão para deixar a região.

Estão proibidos todos os eventos que reúnam muitas pessoas, como casamentos, funerais e shows. Cinemas e teatros foram fechados, restaurantes e bares precisam impedir aglomerações. O diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, elogiou as medidas “corajosas” tomadas pela Itália, chamando-as de “verdadeiros sacrifícios”.

– O governo e a população da Itália estão tomando medidas audaciosas e corajosas para conter a propagação do coronavírus e proteger seu país e o mundo. Fazem verdadeiros sacrifícios – disse.

As medidas adotadas são as mais radicais fora da China e, a princípio, vão durar até o próximo dia 3. As determinações de quarentena afetam um quarto da população e concentram-se na parte norte, a mais rica do país.

– Queremos garantir a saúde de nossos cidadãos. Entendemos que essas medidas vão impor sacrifícios, alguns pequenos, outros muito grandes – disse Conte na manhã de ontem.

BRASILEIROS AFETADOS

Antes de decretar a quarentena, o governo italiano havia decidido fechar todas as escolas e universidades do país. Inicialmente, a medida valeria até a metade de março.

A Lombardia continua sendo a região mais atingida pela doença, com 4.189 casos e 267 mortes.

Em menos de 24 horas, dois políticos italianos foram diagnosticados com Covid-19: Nicola Zingaretti, governador de Lazio e líder do Partido Democrático; e Alberto Cirio, governador da região italiana do Piemonte.

O Itamaraty informou ontem que, segundo estimativas do Consulado-Geral do Brasil em Milão, de 70 a 90 mil brasileiros vivem nas regiões que estão sob a quarentena imposta pelo governo da Itália.

Em nota, o consulado pediu aos brasileiros residentes que “mantenham a calma neste momento difícil”.

Praça Duomo em Milão, na Itália, enquanto surto de coronavírus no país continua a crescer. Yara Nardi/Reuters

“O Consulado-Geral em Milão dará todo o apoio e assistência ao seu alcance aos membros da nossa comunidade. Continuaremos em contato com as autoridades locais, e em Brasília, para avaliarmos a situação e buscarmos as melhores respostas. Atuamos em estreita coordenação com a Embaixada e o Consulado-Geral em Roma”, diz a nota.

O consulado reforça à comunidade brasileira para que continue a observar as medidas de precaução recomendadas pelas autoridades italianas. Informa também que está avaliando as condições em que poderá, “em um contexto nitidamente restritivo, realizar o trabalho de atendimento ao público”.

AVANÇO RÁPIDO

A Covid-19 já afetou cerca de 109 mil pessoas em todo o mundo, a maioria delas na China, onde ao menos 3.097 morreram e 80.695 foram infectadas. O Irã anunciou,ontem, que mais 49 pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus no país nas últimas 24 horas. Este foi o maior número registrado em um dia, desde que o primeiro caso em 19 de fevereiro, informou o Ministério da Saúde. O Irã é o terceiro país com mais mortes.

Na França, o governo proibiu eventos com mais de mil pessoas. O país registrou, em 24 horas, 336 novos casos, elevando para 1.126 o número de pessoas com a doença, que matou 19 franceses.

Com informações da Agências Internacionais e G1

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