Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde

A OMS, porém, alerta que só haverá um controle da doença se governos conseguirem saber onde está o vírus. Para isso, porém, testes serão necessários.

Por Redação*

Com mais de uma morte por minuto no Brasil e com a América do Sul como o epicentro da pandemia do coronavírus, a OMS (Organização Mundial da Saúde) faz um apelo aos governos da região: “encontrem o vírus”.

Margaret Harris, porta-voz da entidade, declarou nesta manhã em Genebra que a situação no Brasil e na região é “profundamente, profundamente preocupante”.

Os dados sustentam essa preocupação: o Brasil é hoje o terceiro país com maior número de mortes e segundo em termos de casos. Considerando apenas os últimos sete dias, o Brasil lidera no mundo, segundo os dados da própria OMS.

A agência de Saúde confirma que os “principais motores do mundo são os países da América do Sul, Central e do Norte, em especial os EUA”.

A OMS, porém, alerta que só haverá um controle da doença se governos conseguirem saber onde está o vírus. Para isso, porém, testes serão necessários. No caso brasileiro, o número de testes é considerado como baixo.

“Testem, rastreiem”, insistiu. “Encontrem a todos que tem potencialmente o vírus”, afirmou Harris. Segundo ela, em locais com intensa transmissão, uma opção para governos é a de realizar testes direcionados, com a população que poderia ser mais afetada e nas áreas onde o vírus poderia se mover mais rapidamente.

“Testar é crucial. Saber onde o vírus está e que tem potencialmente a possibilidade de ser afetado é a forma de parar a transmissão”, disse.

Outra recomendação da entidade é para que governos estabeleçam “parcerias com suas sociedades”. “Os países que tiveram êxito foram aqueles que estipularam parcerias com a população”, indicou Harris.

Para a representante da OMS, o fato de países que viveram um intenso surto nas últimas semanas terem hoje um número baixo de casos revela que a estratégia descrita pela entidade dá resultados. “Sabemos o que funciona. Temos países que tiveram surto e hoje não em casos”, apontou.

Segundo ela, “quando se rompe a cadeia de transmissão, é aí que o surto começa a cair”. Para isso, porém, governos precisam ampliar os testes.

Um sinal da crise brasileira foi demonstrado indiretamente numa reunião fechada entre a OMS e governos, na quinta-feira. O país escolhido na América do Sul para mostrar o que tem feito para lidar com a pandemia não foi o Brasil. Mas a Argentina, que fez uma ampla apresentação de suas medidas.

Afrouxamento

Questionada pela coluna sobre se esse seria o momento para reabrir a economia e promover um relaxamento da quarentena no Brasil, a porta-voz da OMS optou por não responder diretamente.

Mas indicou que existem seis critérios para que um governo considere deixar medidas de distanciamento social. Um deles: garantir que a abertura apenas ocorra quando se saiba que existe uma queda no número de transmissão.

Outro critério é o de saber onde a transmissão está ocorrendo. Para isso, todo o modelo de testar, monitorar, rastrear contatos e isolamento precisa estar funcionando. Além disso, escolas e locais de trabalho precisam estar preparados.

*Com informações do UOL

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