Palácio do Buriti. Foto: Agência Brasília

Novos personagens poderão mudar o cenário político na disputa ao governo do Distrito Federal. Veja abaixo o perfil de alguns pré-candidatos ao Palácio do Buriti

Por Delmo Menezes

Começam as movimentações políticas em torno de nomes para compor as chapas majoritárias de 2022 no Distrito Federal. Muitas movimentações de bastidores estão ocorrendo nos quatro cantos do nosso “quadrado”. Novos nomes vão surgindo todos os dias, alguns apenas para marcar posição, sem as mínimas condições de disputa, outros com chances reais de chegar ao segundo turno.

Alguns candidatos da eleição anterior, já ficaram pelo caminho e não irão participar da disputa majoritária no Senado ou Governo, como: Rogério Rosso, Alberto Fraga e possivelmente Eliana Pedrosa. Eles devem mesmo disputar uma vaga na Câmara Federal.

A renovação da política passa também pela escolha correta dos candidatos. Não basta ser apenas uma espécie de outsider, e ter um discurso atraente. O candidato tem que ter conteúdo e já ter mostrado eficiência na gestão pública. É imprescindível, o eleitor analisar o currículo, o partido e os projetos de cada candidato ao Buriti.

Alguns nomes que citamos nesta matéria vão tentar viabilizar um grupo capaz de concorrer com os políticos profissionais. Outros devem desistir e tentar o Senado ou Câmara dos Deputados, que vai ser bastante disputada. Não custa nada lembrar que no próximo ano, haverá apenas uma vaga ao Senado.

Dentre os nomes competitivos podemos destacar:

Flávia Arruda – Apesar de jovem, a atual ministra Chefe da Secretaria de Governo, foi a deputada federal mais votada da última eleição. Tem carisma e já participou como vice de Jofran Frejat, ficando em segundo lugar na disputa com Rollemberg. Além disso, Flávia tem o espólio eleitoral do seu esposo, o ex-governador José Roberto Arruda. Se conseguir um bom vice, poderá ir para o segundo turno. Nos bastidores comenta-se que ela poderá disputar o Senado.

Paula ou Felipe Belmonte – A deputada Paula Belmonte mesmo morando uma década fora do País, conseguiu se eleger deputada federal. Vem fazendo um excelente trabalho na Câmara dos Deputados, surpreendendo até mesmo os mais experientes políticos. É oposição ao governo Ibaneis e tem penetração em todas as classes sociais. No Congresso Nacional tem se destacado apresentando projetos relevantes para a sociedade, como o que classifica a Educação como atividade essencial. Seu esposo, o empresário e suplente de senador, Luís Felipe Belmonte, é um exímio articulador político e poderá participar da disputa ao Senado ou até mesmo ao governo do DF. É considerado um aliado de primeira hora do presidente Bolsonaro, e deve consolidar ainda este ano, o Aliança Pelo Brasil, partido do qual é vice-presidente. Tem percorrido o país de norte a sul, ganhando notoriedade nacional. Com seu apoio, conseguiu emplacar vários distritais na eleição passada.

Ibaneis Rocha – É o atual governador do DF. Na eleição passada, com a desistência de Jofran Frejat e o apoio do ex-vice-governador Tadeu Filippelli, conseguiu se viabilizar pelo MDB, e sagrou-se vitorioso na disputa contra o ex-governador Rollemberg. Tem a seu favor a máquina governamental que tem sim um peso muito grande em uma disputa eleitoral. Está fazendo um governo pautado principalmente em obras, além de concluir as deixadas por seus antecessores. Na análise ‘SWOT’, pesa a seu favor os problemas relacionados a saúde e na falta de um grupo político consolidado capaz de fazer frente a outros “caciques” do DF. Se não houver um percalço no caminho, poderá ir para o segundo turno.

Izalci Lucas – É considerado por muitos um político experiente e trabalhador. Tem a seu favor um mandato de 08 anos no Senado Federal, que mesmo não saindo vencedor, terá ainda mais 04 anos de mandato. Além de senador, Izalci foi deputado federal, distrital e secretário de estado. Na última eleição, teve o apoio da ala considerada de centro-direita e parcela considerável do segmento evangélico, conseguindo emplacar seu nome ao Senado. Muitos consideram que falta ao político, uma melhor desenvoltura dentro de um grupo, capaz de angariar forças políticas, sem a intenção de ser o protagonista.

Reguffe – Em eleições anteriores, principalmente na passada, teve sua grande chance de colocar seu nome a disposição do eleitorado brasiliense. Dificilmente repetirá os 826.576 votos alcançados em 2014 para o Senado. O seu discurso de economia aos cofres público na redução da verba de gabinete, redução do número de assessores e de outras atividades parlamentares, já não empolga o eleitorado. Nas classes sociais A e B, ainda tem um bom número de seguidores, no entanto, não é suficiente para conseguir os mesmos votos de 2014. Como não deve disputar a reeleição no Senado, conforme tem sempre afirmado, poderá entrar na briga para ser governador. Vamos aguardar um pouco mais.

Geraldo Magela – Tem a seu favor a bandeira da esquerda, puxada principalmente pela volta do Lula ao cenário nacional e que vai precisar de palanque no Distrito Federal. No auge de sua carreira política, foi derrotado nas prévias do PT em 2009 pelo então candidato Agnelo Queiroz. Tem um bom discurso e poderá engrossar o “caldo”, caso a esquerda se una no DF. É o nome preferido do PT ao GDF.

Ronaldo Fonseca – O ex-ministro do governo Temer poderá embolar o meio de campo, principalmente se conseguir a união do segmento evangélico em torno de sua candidatura. No passado, apenas um nome do segmento conseguiu se viabilizar como vice na chapa de Roriz, que foi Benedito Domingos. Nos dois mandatos consecutivos a deputado federal, Ronaldo Fonseca saiu em defesa da família, e teve relevantes projetos aprovados na Câmara dos Deputados. Segundo dados recentes, um terço da população do Distrito Federal é formado por evangélicos, ou seja, algo em torno de 1 milhão de pessoas, o que colocaria qualquer candidato no mínimo no segundo turno. Fonseca tem a seu favor o fato de nos dois mandatos na Câmara Federal não responder a nenhum processo e ser considerado ficha-limpa. O ex-deputado e ex-ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, consegue transitar bem em setores de centro-direita e até mesmo da esquerda onde é respeitado. Foi escolhido pelo Pr. José Wellington Costa Júnior, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil – CGADB, entidade com mais de 22 milhões de membros, como o coordenador político das Assembleia de Deus Missão, no Brasil. Fonseca poderá também se viabilizar como candidato a vice-governador o que seria um grande ganho para qualquer chapa majoritária.

Leila do Vôlei – Até o momento tem feito um mandato um pouco apagado no Senado. O seu padrinho político, o ex-governador Rollemberg, tem reunido o que sobrou de sua equipe para tentar construir um grupo capaz de fazer frente a outros candidatos. Poderá apoiar outro nome como o Reguffe, ou até mesmo cumprir mais 04 anos de mandato na Casa Alta do parlamento brasileiro.

Eduardo Pedrosa – Com a possível desistência da ex-deputada Eliana Pedrosa, o deputado distrital Eduardo Pedrosa (PTC) poderá ser a grande surpresa da próxima eleição. Tem a seu favor o espólio eleitoral da sua tia Eliana Pedrosa. É visto quase que diariamente rodando todas as cidades do DF, fazendo a política do “porta-a-porta”. Tem grupo político consolidado, é jovem e tem carisma. Poderá ensaiar o discurso da renovação e embaralhar o tabuleiro político do DF.

Ponto de vista do editor

Claro que nem todos os nomes citados nesta matéria, virão como pré-candidatos ao GDF. Ninguém é candidato de si próprio. Leva vantagem aquele que tiver grupo político consolidado, ser líder, ter segmento em alguma área da sociedade, projetos viáveis para o DF, cumprir acordos políticos e sobretudo humildade no trato com todas as forças políticas.

Fortalecer a democracia é algo que não tem fim, e conseguimos com muita luta. Temos que ter um olhar para quem está decidindo nestes espaços. Não importa a ideologia individual, é necessário oxigenar o poder e votar consciente.

Como na política as coisas mudam da noite para o dia, outros nomes com certeza surgirão no tabuleiro político do DF.  

Da Redação do Agenda Capital

2 COMENTÁRIOS

  1. Os padrões para mudança e bem notório. Aposto ainda em uma democracia camuflada de Liberdade. Mas se os compostos não tiverem interesses particulares, teremos uma capital diferente daquilo que proclama a arte irônica dos seus bastidores políticos.

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