Saúde, PT e aliados estão na mira da reforma ministerial de Lula
Por Delmo Menezes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja realizar uma reforma ministerial de forma escalonada, com a primeira etapa concentrada nos gabinetes do Palácio do Planalto e previsão de conclusão antes do Carnaval, em março, conforme noticiou a jornalista Delis Ortiz. A estratégia de Lula é fazer mudanças graduais, priorizando áreas sensíveis e alinhando interesses políticos com os partidos da base aliada.
Primeira etapa: foco no Planalto e ajustes na Saúde
A primeira fase da reforma já está em andamento, com mudanças no entorno imediato do presidente. Lula substituiu Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e deve confirmar a troca de Márcio Macêdo pela deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) na Secretaria-Geral do Planalto. Além disso, a Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política com o Congresso, é alvo de disputa entre o PT e partidos do Centrão.
Um dos pontos de atenção é o Ministério da Saúde, onde Nísia Trindade pode ser substituída por Alexandre Padilha, atual ministro das Relações Institucionais. Lula tem cobrado de Nísia a ampliação da oferta de especialidades médicas no SUS, com a possível utilização da rede privada para atender à demanda pública. Além de Padilha, o ex-ministro Arthur Chioro também é cotado para assumir a pasta.
Segunda etapa: pastas ocupadas pelo PT na mira
A segunda fase da reforma deve atingir ministérios atualmente comandados por petistas. Entre as pastas que podem sofrer alterações estão o Ministério das Mulheres, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Wellington Dias, atual ministro do Desenvolvimento Social, pode ser deslocado para atender a demandas do Centrão, caso a Secretaria de Relações Institucionais permaneça com um nome do PT.
Outra movimentação em discussão é a possível indicação do deputado José Guimarães (PT-CE) para a Secretaria de Relações Institucionais, em uma articulação que levaria o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, à presidência do PT. Jaques Wagner (PT-BA) também é mencionado como possível nome para a pasta, o que abriria uma vaga na liderança do Senado.
Terceira etapa: partidos aliados e a cobiçada Agricultura
Na terceira fase, Lula deve promover mudanças em pastas ocupadas por partidos aliados, como o Ministério da Pesca (André de Paula, PSD), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Geraldo Alckmin, PSB), e o Ministério da Agricultura e Pecuária, atualmente chefiado por Carlos Fávaro (PSD). A Agricultura é uma das pastas mais cobiçadas pelo Centrão, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é cotado para assumir o cargo. No entanto, Lula só fará mudanças nesses ministérios com o aval dos partidos envolvidos.
Cargos considerados “imexíveis”
Apesar das mudanças em curso, alguns cargos são considerados intocáveis pela equipe de Lula. Entre eles estão o de Rui Costa, ministro da Casa Civil, e o de Alexandre Silveira, à frente do Ministério de Minas e Energia. Ambos são aliados próximos do presidente e têm papel estratégico no governo.
Pressa na reforma e timing ideal
Alexandre Padilha e assessores próximos a Lula defendem que a reforma ministerial seja concluída o mais rápido possível, considerando o período pré-Carnaval como o “timing ideal”. A expectativa é que as mudanças fortaleçam a governabilidade e a articulação política do governo, além de atender a demandas internas e dos partidos da base aliada.
Enquanto isso, Lula segue avaliando os cenários e negociando com os aliados para garantir que a reforma atenda tanto aos interesses do governo quanto às expectativas dos partidos que compõem sua base de apoio.
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Da Redação do Agenda Capital