O acúmulo de resíduos atrai vetores de doenças, como ratos, baratas e mosquitos, aumentando os riscos de leptospirose, dengue e outras enfermidades

Por Delmo Menezes

O descarte irregular de resíduos no Distrito Federal não é apenas um crime ambiental e uma ameaça à saúde pública, mas também um problema que onera os cofres públicos em R$ 4 milhões mensais. Esse valor é utilizado exclusivamente para a remoção de lixo e dejetos despejados em locais inadequados pela população. Além dos impactos ambientais e sanitários, a prática gera altos custos para o governo, que tem investido em mutirões de limpeza para conter o problema. No entanto, a conscientização da população é apontada como essencial para uma solução efetiva.

No último ano, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) retirou 651 mil toneladas de resíduos descartados irregularmente em ruas, terrenos baldios e áreas públicas não autorizadas. Isso representa uma média de 54,25 mil toneladas por mês, evidenciando a magnitude do problema. Para combater a prática, o SLU tem realizado mutirões de limpeza em parceria com as administrações regionais. Desde janeiro deste ano, mais de 5 mil toneladas de lixo já foram removidas e destinadas corretamente.

Nesta quinta-feira (6), o mutirão chegou ao Sol Nascente/Pôr do Sol, uma das regiões administrativas que lideram o ranking de descarte irregular de lixo no DF. “Essa é uma área campeã do descarte irregular”, destacou Andrea Almeida, diretora técnica do SLU. “Em todo o DF, pagamos R$ 4 milhões por mês só para realizar esse trabalho”, ressaltou. As equipes do SLU seguem um cronograma que prioriza diferentes regiões a cada semana, utilizando recursos manuais e mecanizados para a remoção dos resíduos.

A iniciativa, chamada de Mutirão SLU com as RAs, já ocorreu em Samambaia, Santa Maria, Gama, Ceilândia e São Sebastião, resultando na remoção de mais de 4,6 mil toneladas de lixo. Nos próximos dias, a ação deve se estender ao Recanto das Emas e Arapoanga.

Impactos na saúde e no meio ambiente

O descarte irregular de lixo não é apenas um problema estético ou ambiental. O acúmulo de resíduos atrai vetores de doenças, como ratos, baratas e mosquitos, aumentando os riscos de leptospirose, dengue e outras enfermidades. A contaminação do solo e dos recursos hídricos também é uma consequência direta, afetando a qualidade da água consumida pela população.

Jamile Cabral, moradora do Sol Nascente, relatou que já conviveu com roedores e insetos em casa devido ao lixo descartado irregularmente por vizinhos. “Chegamos a ter ratos e insetos em casa por conta de todo esse lixo”, disse. Ela destacou que o mutirão de limpeza pode ajudar a reduzir os focos de doenças na região.

O administrador regional Cláudio Ferreira reforçou a importância da conscientização da população. “Sabemos que é uma obrigação do Estado, mas é dever também do cidadão manter sua cidade limpa. O lixo acumulado acaba gerando vários tipos de doença e é uma verdadeira ameaça à saúde pública”, alertou.

Crime ambiental e penalidades

O descarte irregular de lixo no DF é considerado crime ambiental, conforme a Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9.605/1998). Quem for flagrado jogando resíduos em áreas proibidas pode ser enquadrado no artigo 54 da lei, que prevê multas e detenção de um a quatro anos. As penalidades podem ser agravadas caso o material descartado seja tóxico ou perigoso.

Além das implicações legais, o descarte irregular compromete a saúde pública e o meio ambiente. Para minimizar os impactos, o DF mantém programas de coleta seletiva e pontos de descarte adequado. A população pode consultar o cronograma de coleta pelo aplicativo Coleta DF, pelo site do SLU ou pelo telefone 162.

Como descartar o lixo corretamente

Para evitar problemas ambientais e sanitários, é fundamental descartar o lixo de forma correta. Confira algumas orientações:

  1. Separação dos resíduos: Materiais recicláveis, como papel, plástico, vidro e metal, devem ser higienizados antes do descarte. O lixo orgânico, como restos de alimentos, deve ser ensacado adequadamente.
  2. Resíduos perigosos: Pilhas, baterias, lâmpadas, eletrônicos e medicamentos vencidos devem ser entregues em pontos de coleta específicos.
  3. Armazenamento correto: Utilize sacos resistentes e bem-fechados para evitar vazamentos e o acesso de animais. Objetos cortantes, como vidro quebrado, devem ser protegidos com papelão ou embalados em garrafas PET.
  4. Respeitar o cronograma de coleta: Consulte os dias e horários da coleta na sua região para evitar o acúmulo de lixo nas ruas.

A conscientização e a participação da população são fundamentais para reduzir os impactos do descarte irregular de lixo, preservar o meio ambiente e garantir a saúde pública.

Siga o Agenda Capital no Instagram: https://www.instagram.com/agendacapitaloficial/

Da Redação do Agenda Capital

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here