Sistema Cirúrgico Robótico. Foto: Reprodução

Procedimento robótico foi utilizado recentemente pelo Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba, e é inédito no Brasil; procedimento é menos invasivo de não deixa cicatriz, segundo os médicos.

Por Redação

“A técnica utilizada parece coisa de outro mundo. Quando eu paro pra imaginar, parece que me contaram, parece que eu vi na televisão. Não parece que foi aqui, no Erasto Gaertner, e que foi comigo que aconteceu”.

O relato é da técnica de enfermagem Diocélia Boico Pazio – a primeira mulher no Brasil submetida a uma cirurgia de retirada de mama feita por um robô.

O procedimento de Sistema Cirúrgico Robótico foi utilizado recentemente pelo hospital para fazer a cirurgia de Diocélia.

De acordo com os médicos, que se inspiraram no uso da tecnologia em Milão, na Itália, o equipamento permitiu que o procedimento fosse realizado de forma muito menos invasiva, o que resultou em uma cicatriz, que é o grande trauma de quem passa por esse tipo de procedimento, muito menor.

“Em procedimentos tradicionais, as cicatrizes são maiores, localizadas abaixo do seio ou no mamilo, e neste caso, com o uso da robótica, a cicatriz tem entre apenas 3 e 4 centímetros e ficou na axila, muito mais discreta para a paciente”, explicou o chefe do Serviço de Ginecologia e Mama do Hospital Erasto Gaertner, José Clemente Linhares.

Para Diocélia, que já tinha feito a cirurgia na outra mama da forma tradicional, em 2016, o robô da Vinci superou as expectativas.

“No começo eu fiquei com um pouco de medo, mas os médicos me acalmaram e disseram que apesar da questão da robótica, eles estariam ali, que eu nunca ia ficar sozinha. E agora, na recuperação, eu não sinto nada. É como se eu não tivesse feito a cirurgia. Não sinto dor nenhuma, às vezes até esqueço que eu estou operada”, comemorou a técnica em enfermagem.

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A médica Audrey Tsunoda ressaltou que apesar de ser apenas o início do uso da robótica para a cirurgia de mastectomia, existe uma grande certeza de que o procedimento será um grande aliado de muitas mulheres e até mesmo outras pessoas pra cirurgias de alta complexidade.

“Conforme ocorrem os avanços, tanto em termos de equipamento, de tecnologia, quanto também as melhores indicações, haverá um grupo de pessoas, de mulheres, que vão se beneficiar muito desse tipo de tecnologia. Hoje, nós estamos no início desse processo e já percebemos vários avanços conforme os artigos científicos”, destacou.

O Hospital Erasto Gaertner é considerado pelo Ministério da Saúde referência em atividades de prevenção, diagnóstico, tratamento, ensino e pesquisa do câncer no Sul do país. A instituição é filantrópica e atende, em média, 417 mil pacientes por ano, chegando a realizar mais de 1,7 milhões procedimentos em 12 meses.

Da Redação com informações do G1

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