Enfermeiro Elissandro, técnico de enfermagem Flávio Vitorino e o enfermeiro Tiago Pessoa.

“O principal desafio é fazer com que a sociedade entenda o papel da enfermagem dentro da unidade de saúde” (Elissandro Noronha).

Por Delmo Menezes

No dia 08 de novembro de 2020, profissionais da enfermagem escolherão seus representantes no Conselho Regional de Enfermagem (COREN-DF) para o triênio 2021/2023. A eleição será por meio virtual através do site votaenfermagem.org.br, com duração de 24hs. A Chapa1 representada por Elissandro Noronha promete uma gestão participativa e eficiente, e está sendo marcada por uma grande mobilização e por mudanças nas práticas político-profissionais.

As propostas para o triênio já estão em andamento, orientadas pelos compromissos assumidos durante a campanha, e pelo que foi aprovado no Planejamento Estratégico dos componentes.

Leia a íntegra da entrevista concedida ao portal de notícias Agenda Capital, com o representante da Chapa 1, enfermeiro Elissandro Noronha dos Santos, e a participação de Flávio Vitorino representando os técnicos de enfermagem.

AC – Em tempos de pandemia, quais os principais desafios para a enfermagem no Brasil?

Elissandro – A enfermagem ganhou destaque neste momento de pandemia no Brasil, porque estamos na linha de frente 24h com os pacientes, e isso fez com que a população conseguisse enxergar na equipe de enfermagem uma dedicação para atendê-lo quando necessário. A pandemia também nos mostrou nossas carências. Temos hoje uma quantidade de RH insuficiente, e em alguns estados e munícipios o baixo salário pago aos profissionais.

AC – O ensino de má qualidade, principalmente na modalidade a distância tem sido muito questionado no país. De que forma o COREN juntamente com o COFEN podem atuar na fiscalização para melhorar a qualidade do ensino na formação de profissionais de enfermagem?

Flávio Vitorino / Elissandro – O que a gente sabe é que o COREN já se posicionou contra o ensino a distância, principalmente na área da saúde. Já existe uma posição bem firmada do COREN em relação a isso. Nosso papel agora será fiscalizar e evitar que essas escolas continuem ministrando os cursos. O COFEN tem uma campanha junto ao legislativo. Hoje o MEC autoriza até 30% da carga horária em formato EAD. Somos contra esta lógica de 30%, mas realmente sem a prática não existe uma formação de excelência.

Elissandro Noronha, Flávio Vitorino e Tiago Pessoa. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital

AC – Como o senhor avalia o trabalho realizado pelo COREN-DF?

Elissandro – A gestão do Marcos Wesley avançou em relação às anteriores, principalmente no segmento da mídia e publicidade. Pelo fato de estarmos no ano da enfermagem, ele conseguiu projetar a discussão no debate público. Se você observar os jornais, vemos que o COREN está em evidência. Claro que precisamos avançar. O que nós estamos propondo enquanto CHAPA 1, é lutar por garantias para os profissionais e a valorizar a categoria com o reconhecimento da sociedade.

AC – Caso a CHAPA 1 se torne vitoriosa, como será a atuação do COREN-DF pela valorização da Enfermagem?

Elissandro – Fizemos um planejamento a longo e médio prazos que foi discutido pela categoria. A primeira medida é que as pessoas precisam de fato conhecer cada profissional da enfermagem. Quem é o técnico, o auxiliar, o enfermeiro, e o que cada um pode ou não pode fazer. A sociedade precisa saber quem são esses profissionais. E em segundo lugar, encampar uma luta junto às instituições privadas, principalmente em relação aos salários. Uma das propostas que apresentamos e que acho importante se trata do primeiro emprego. Hoje temos uma grande quantidade de profissionais formados, porém a maioria não inicia suas atividades na enfermagem, pois não conseguem a inserção inicial na área que se formou. Pretendemos formar uma parceria com as entidades de classe para fomentar esta questão.

AC – Qual é o Slogan da CHAPA 1?

Elissandro – O nosso slogan é “SOMOS TODOS ENFERMAGEM” e temos um motivo. A maioria de nossos profissionais estão ligados ao sindicato ou alguma associação.  

AC – Quais serão os principais desafios da CHAPA 1 para o triênio 2021/2023?

Elissandro – O principal desafio é fazer com que a sociedade entenda o papel da enfermagem dentro da unidade de saúde. Mas temos outros desafios. A luta pelas 30h semanais que é um consenso nacional da categoria. A luta pelo nosso piso salarial que se arrasta por algum tempo. As bandeiras internas que são as práticas avançadas. E a qualificação dos profissionais para atender melhor a população.

AC – É obrigatório o profissional de enfermagem ser inscrito no COREN para o exercício de suas atividades?

Flávio Vitorino – Sim, é obrigatório sob pena dele incorrer no crime de exercício ilegal da profissão.

Enfermeiro Elissandro Noronha e o técnico de enfermagem Flávio Vitorino. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital

AC – Como tem sido a atuação do COREN-DF durante a pandemia do novo coronavírus?

Elissandro – O Conselho Regional de Enfermagem realiza uma série de fiscalizações atuando em conjunto com o Ministério Público e os Sindicatos, porém gostaríamos de ver mais resultados. Não adianta fiscalizar sem ter resultados. Então, nós propomos que além de fiscalizar, façamos pactuações, e se for o caso entrar na justiça, fazendo com que as irregularidades sejam sanadas. A fiscalização tem que ser permanente. Uma coisa ficou bastante clara durante a pandemia, as instituições não estão preparadas para o absenteísmo.

AC – A falta de EPI’s para profissionais de enfermagem tem se agravado durante a pandemia da Covid-19. Caso a Chapa 1 se torne vitoriosa, como será a atuação do Coren neste sentido?

Elissandro – Esta é uma pauta que temos que atuar em parceria com os sindicatos. Todos os dias chegam diversas queixas e denúncias quanto a falta de EPI’s ou reaproveitamento irregular pelas instituições. Isso pode comprometer a qualidade da assistência à população. A falta de EPI’s não só ocasiona a doença dos profissionais de saúde, como também pode gerar um colapso no sistema. Muitos profissionais de saúde foram contaminados durante a pandemia por falta de proteção adequada. O COREN irá atuar de forma permanente na fiscalização e cobrará das autoridades competentes investimentos no setor.

AC – A saúde pública do DF tem sido alvo de uma série de denúncias por parte do MP, culminando com a prisão de toda a cúpula da Secretaria de Saúde.  Na sua avaliação, como o COREN-DF pode contribuir para uma gestão mais eficiente e sem corrupção?

Flávio Vitorino / Elissandro – O COREN cumprindo firmemente o seu papel de órgão fiscalizador do exercício da profissão, e de fomentador de políticas de atendimento à população, já dá uma contribuição enorme para que o sistema de saúde tenha uma melhoria no seu funcionamento. A questão dá corrupção infelizmente sempre existiu. A cultura da população está se modificando. Ela está mais atenta a malversação do dinheiro público. Na nossa gestão, o COREN atuará junto aos Conselhos de Saúde, Ministério Público, TCDF e demais órgãos. Os gestores precisam ser qualificados, no que é bem público.

AC – Suas considerações finais

Elissandro / Flávio Vitorino – Gostaria de pedir uma oportunidade para os companheiros, no sentido de transformar todos os anos em ano da enfermagem, não apenas o ano de 2020. Pretendemos realizar uma gestão profissional, e que a enfermagem seja mais conhecida, tanto pela equipe de saúde como pela comunidade. Peço a oportunidade de representá-los junto ao COREN-DF, como representante da CHAPA 1. Quero ser cobrado pelos nossos profissionais que compõe a classe. Peço também pelos técnicos de enfermagem que em outras gestões não tiveram voz atuante dentro da autarquia. Contamos com vocês no dia 08 de novembro para juntos fazermos uma enfermagem mais forte e representativa. Lembrando que a votação será pelo site: votaenfermagem.org.br e durará 24hs.

Da Redação do Agenda Capital

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