Quadro clínico gerado pelo estresse, a ansiedade é cada vez mais comum no cotidiano do século 21. Foto: Reprodução

Distúrbios do sono, falta ou aumento de apetite, desânimo e sentimento de depressão são algumas das queixas durante o isolamento social

Por Thayná Schuquel*

Ansiedade e depressão são condições de saúde mental que afetam a vida de mais de 260 milhões de pessoas em todo mundo, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). E, em meio à pandemia de coronavírus e à implementação do isolamento social, os relatos aumentaram exponencialmente.

No Brasil, segundo levantamento do Ministério da Saúde, 41% dos brasileiros apontaram sintomas de ansiedade. Entre eles, estão distúrbios de sono, como dificuldade para dormir ou mesmo repousar mais do que de costume. Além disso, 38,7% relataram falta ou aumento de apetite.

Os dados também mostram que 35,3% das pessoas relataram falta de interesse em fazer coisas do cotidiano e 32,6% afirmaram ter sentimentos de depressão. As buscas relacionadas ao termo ansiedade no Google praticamente dobraram em relação às médias anteriores, segundo estudo feito no site Google Trends.

“Mesmo antes da Covid-19 já éramos o país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros, o equivalente a mais de 9% da população”, afirma o médico e diretor associado global da Spectrum Therapeutics, Wellington Briques.

Segundo ele, é preciso falar mais sobre o assunto, estimulando a busca por ajuda médica. “A cannabis medicinal, segundo estudos clínicos recentes, poderia ser utilizada para aliviar alguns sintomas provocados pela ansiedade”, avalia.

A ansiedade é a condição mental com maior prevalência no mundo, atingindo entre 2,5% e 7% da população dependendo do país, de acordo com a plataforma Our World in Data. Cerca de 63% dos pacientes são mulheres e 37% homens.

Surto e medo

A jornalista Karol Salles, de 22 anos, contou ao Metrópoles que no início da pandemia tentou se convencer a levar uma vida normal, mas que, ao perceber a gravidade da situação, começou a ter ataques de pânico.

“Se eu ouvisse ou lesse algo sobre o vírus, eu surtava, chorava, me dava um desconforto, medo, e aí eu comecei a ter algumas medidas exageradas. Trocava de roupa mais de 3 vezes ao dia, mesmo sem sair, passava álcool em gel o tempo todo”, contou.

Com isso, a jovem decidiu se isolar das notícias. “Decidi que não queria mais saber sobre nada que envolvesse a pandemia, parei de assistir aos jornais, mas aí comecei a me esconder nas redes sociais, e isso desencadeou minha ansiedade. Ver as fotos da galera que eu sigo, as fotos ao ar livre, me trazia um desconforto enorme. É como saber que estamos vivendo presos, de certo modo.”

Uso de remédios

Sem querer levantar da cama para fazer atividades rotineiras, a assessora de imprensa Mariana Costa, de 22 anos, resolveu apelar para o uso de medicamentos para controlar a ansiedade. Ela conta que foi diagnosticada com depressão em 2019 e a pandemia de coronavírus reativou os sentimentos ruins.

“Fui diagnosticada com transtorno misto de ansiedade e depressão em 2019, então isso pesou muito quando o rumor do Covid-19 começou a preocupar a maioria das pessoas próximas, então para que a ansiedade não tomasse conta, voltei a fazer uso de medicamento pra controlar as emoções”, desabafou.

Ela também notou uma mudança nos hábitos alimentares. Segundo Mariana, a ociosidade a fez comer mais. “Como eu ficava acordada de madrugada, eu sentia muita fome num horário que não é recomendável que a gente coma, porque o metabolismo não trabalha na mesma potência, então de 62 kg eu subi pra 68 kg.”

*Com informações do Metrópoles 

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