Este é o quinto caso confirmado de reinfecção em todo o mundo. Cientistas recomendam que, mesmo quem já tenha sido infectado, continue com as medidas protetivas

Por Redação*

Um estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Saúde Pública do Estado de Nevada e da Universidade de Nevada, nos Estados Unidos, confirmou o primeiro caso de reinfecção pela Covid-19 no país. Esse é o quinto caso reconhecido em todo o mundo, o que indica que a exposição ao vírus pode não trazer imunidade total, ao contrário do que se pensa.

De acordo com a pesquisa, publicada nesta segunda-feira (12) no The Lancet Infectious Diseases, o paciente analisado testou positivo para duas infecções por diferentes variantes do Sars-CoV-2 em um espaço de tempo de 48 dias, confirmando que uma segunda pode ocorrer em períodos curtos. O homem, de 25 anos, não pertecence a nenhum grupo de risco ou apresentava problemas anteriores de saúde. Além disso, no período entre as infecções, ele chegou a testar negativo duas vezes para o coronavírus.

Segundo a pesquisa, a segunda infecção do paciente foi mais grave do que a primeira, e ele precisou ser internado e ter suporte de oxigênio. Por esse motivo, os autores afirmam que todos os indivíduos — previamente diagnosticados ou não — devem continuar tomando as precauções recomendadas, como evitar aglomerações, lavar as mãos com frequência e usar máscara em locais públicos.

“Ainda existem muitas incógnitas sobre as infecções pelo Covid-19 e a resposta do sistema imunológico, mas nossas descobertas indicam que uma infecção anterior pode não necessariamente proteger contra futuras”, disse em nota Mark Pandori, principal autor do estudo. De acordo com ele, a análise traz novos questionamentos para a compreensão da imunidade ao coronavírus, especialmente enquanto não se tem uma vacina eficaz.

Outros casos

Pelo menos quatro outros casos de reinfecção já foram confirmados na Bélgica, Holanda, Hong Kong e Equador. No entanto, apenas o paciente equatoriano apresentou um quadro pior da doença na segunda infecção, como o americano.

“Precisamos de mais pesquisas para entender por quanto tempo a imunidade pode durar para pessoas expostas ao Sars-CoV-2 e por que algumas dessas segundas infecções, embora raras, são mais graves”, disse Pandori.

Sobre a pesquisa

Os autores reconhecem que não foi realizada a avaliação de uma resposta imune (por exemplo, de anticorpos neutralizantes), nem no primeiro, nem no segundo caso de infecção do paciente analisado. 

No entanto, há a possibilidade do homem ter contraído um vírus mais forte na segunda infecção ou, então, que o Covid-19 estivesse em seu organismo e houvesse uma forma de desativação na sua identificação. Além disso, os estudiosos também explicam que há possibilidade de que muitas infecções possam ser assintomáticas e, portanto, provavelmente permanecerão não detectadas nos testes atuais.

Em comentário à pesquisa, Akiko Iwasaki, professora da Universidade de Yale, EUA, que não esteve envolvida no estudo, diz: “à medida que mais casos de reinfecção surgem, a comunidade científica terá a oportunidade de entender melhor os correlatos de proteção e com que frequência as infecções naturais com Sars-CoV-2 induzem esse nível de imunidade. Esta informação é a chave para entender quais vacinas são capazes de cruzar esse limite para conferir imunidade individual e coletiva.”

*Com informações da Galileu

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