Image of child's neurologist diagnosing little boy

Doença pode atingir recém-nascidos cujas mães foram contaminadas pelo vírus zika na gravidez, provocando glaucoma congênito, catarata infantil e outras lesões.

Os bebês que desenvolvem microcefalia – malformação congênita em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada e o perímetro cefálico é menor que 32 centímetros – estão mais suscetíveis a problemas graves na visão como o glaucoma congênito e a catarata infantil, além de diversas lesões maculares e retinias que podem comprometer sua visão de forma irreversível.

De acordo com o oftalmologista Dr. Marcos Ferraz, estudos científicos têm demonstrado alterações em diversos tecidos oculares de bebês cujas mães foram contaminadas pelo vírus zika durante a gravidez. O vírus pode provocar a microcefalia e é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, também transmissor de outras doenças, como dengue e chikungunya.

“Além de a própria gestante apresentar sintomas oculares como dor atrás dos olhos, vermelhidão e inflamação de vários tecidos oculares, existe o risco de transmissão da zika ao feto pela placenta, causando infecção intrauterina e trazendo a possibilidade de graves sequelas, destacando-se as lesões do Sistema Nervoso Central, principalmente as cerebrais e oculares”, alerta o especialista.

Por isso, a gestante que apresentar febre, manchas vermelhas pelo corpo e rash cutâneo (manchas com ou sem elevação na pele) deve ser submetida a exames sorológicos para identificar sua causa e excluir a possibilidade de outras doenças. Nesta situação, o acompanhamento pré-natal deve ser ainda mais rigoroso para avaliar de forma precisa o crescimento do feto.

Ao nascer, o bebê deve passar por uma avaliação pediátrica e pelo Teste do Reflexo Vermelho, conhecido como ‘Teste do Olhinho’. “O exame identifica a presença de um reflexo vermelho quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê e pode detectar qualquer alteração que obstrua o eixo visual, como catarata, glaucoma congênito e outros problemas, possibilitando o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão”, explica o médico Marcos Ferraz.

CONJUNTIVITES – Os sintomas de conjuntivite estão presentes em cerca de 70% dos pacientes contaminados pelo vírus zika e em aproximadamente 30% dos indivíduos com chikungunya. Em pessoas com dengue, a doença é mais rara.

Caso apresente dor atrás dos olhos, vermelhidão, lacrimejamento e inflamação dos olhos, o paciente deve consultar imediatamente um médico oftalmologista, que irá identificar e tratar as alterações oculares para prevenir sequelas.

“O alívio desses sintomas acontece com o uso de compressas geladas sobre os olhos e de lubrificantes (lágrimas artificiais). O paciente deve ficar atento a sinais de alerta como inchaço, secreção abundante e turvação visual, que podem indicar uma complicação da conjuntivite”, detalha o oftalmologista, Marcos Ferraz.

NÚMERO DE CASOS – A chegada das chuvas de verão e o possível acúmulo de água em locais como pneus, garrafas e vasos de plantas pode favorecer a proliferação do mosquito transmissor Aedes aegypti e provocar o aumento do número de casos de zika, chikungunya e dengue.

Segundo boletim da Secretaria de Saúde do Distrito Federal divulgado no início deste mês, 177 pessoas residentes no Distrito Federal foram acometidas pelo vírus zika em 2016. Em 2015, apenas oito casos da doença foram confirmados. Também foram constatados 153 casos de febre chikungunya em moradores do DF no ano passado, além de quase 20 mil casos de dengue.

Da Redação do Agenda Capital – (Ass. Imprensa Oftalmed)

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