Foto: Reprodução

Além do grupo, a página do Movimento Brasil 200, ligada ao ex-pré-candidato Flávio Rocha (PRB), também foi excluída; as páginas eram usadas “com propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”, diz a rede social

Por Redação

O Facebook retirou do ar nesta quarta-feira, 25, uma rede de páginas e contas ligadas a coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL) como parte da política de combate a notícias falsas. Também foram alvos outras páginas como a do Movimento Brasil 200, ligado ao ex-pré-candidato à Presidência Flávio Rocha (PRB). De acordo com a rede social, as contas faziam parte de uma rede coordenada que usava contas falsas no Facebook para disseminação de conteúdos sem deixar claro a origem da informação “com propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”.

Pelo comunicado, Facebook diz que desativou 196 páginas e 87 contas no Brasil por sua participação em “uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”. O comunicado não identifica as páginas ou usuários envolvidos. O MLB e Rocha divulgaram, em suas redes sociais, um posicionamento contrário a medida.

“É inaceitável a retirada da página dodo Brasil 200 do ar pelo Facebook. Uma violência! A que pretexto? Conclamo a bancada do Brasil 2000 no Congresso Nacional a tomar posição sobre essa arbitrariedade. Nem no tempo da ditadura se verificava tamanho absurdo”, reagiu Rocha pelo seu perfil pessoal no Facebook.

O MBL disse, pelo Twitter, que o Facebook “já ligou para alguns coordenadores para oferecer conselhos de marketing e (que) agora excluiu esses mesmos coordenadores acusando-os de serem perfis falsos”. De acordo com o movimento, o Facebook acaba de banir da plataforma diversos coordenadores “sem explicação nenhuma”.

O @facebook acaba de banir da plataforma diversos coordenadores do MBL sem explicação nenhuma. — Mov. Brasil Livre (@MBLivre) 25 de julho de 2018

Parte da rede era administrada por membros “importantes” do MBL, segundo a Reuters. O grupo ganhou destaque ao liderar protestos em 2016 pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff, cassada no mesmo ano. De acordo com a Reuters, os representantes do MBL não responderam as perguntas enviadas pela reportagem.

O líder do MBL e pré-candidato a deputado federal pelo DEM, Kim Kataguiri, admitiu que uma das páginas retiradas do ar pelo Facebook. Segundo Kataguiri, as acusações de fake news.

“Tinha uma que era sim ligada a gente, que é a Brasil 21. Mas a do Diário Nacional  e do Jornal Livre não, são parceiros nossos”, disse Kim, após participar na plateia do fórum Reconstrução Brasil, promovido pelo Estado. “São infundadas as acusações”, completou. O jovem, que participou das manifestações pró impeachment, disse ainda que o grupo vai entrar na Justiça contra a ação.

Facebook sobre pressão

As páginas desativadas, que juntas tinham mais de meio milhão de seguidores, variavam de notícias sensacionalistas a temas políticos como Jornalivre, O Diário Nacional, Brasil 21.

O Facebook tem enfrentado pressão para combater as contas falsas e outros tipos de perfis enganosos em sua rede. No ano passado, a empresa reconheceu que sua plataforma havia sido usada para o que chamou de “operações de informação” que usaram perfis falsos e outros métodos para influenciar a opinião pública durante a eleição norte-americana de 2016, e prometeu combater as fake news.

Leia na íntegra o comunicado do Facebook:

“Garantindo um ambiente autêntico e seguro (por Nathaniel Gleicher, líder de Cibersegurança)

O Facebook dá voz a milhões de pessoas no Brasil, e queremos ter a certeza de que suas conversas acontecem em um ambiente autêntico e seguro. É por isso que nossas políticas dizem que as pessoas precisam usar suas identidades reais na plataforma.

Como parte de nossos esforços contínuos para evitar abusos e depois de uma rigorosa investigação, nós removemos uma rede com 196 Páginas e 87 Perfis no Brasil que violavam nossas políticas de autenticidade. Essas Páginas e Perfis faziam parte de uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação.

As ações que estamos anunciando hoje fazem parte de nosso trabalho permanente para identificar e agir contra pessoas mal intencionadas que violam nossos Padrões da Comunidade. Nós estamos agindo apenas sobre as Páginas e os Perfis que violaram diretamente nossas políticas, mas continuaremos alertas para este e outros tipos de abuso, e removeremos quaisquer conteúdos adicionais que forem identificados por ferir as regras.

Nós não queremos este tipo de comportamento no Facebook, e estamos investindo fortemente em pessoas e tecnologia para remover conteúdo ruim de nossos serviços. Temos atualmente cerca de 15 mil pessoas trabalhando em segurança e revisão de conteúdo em todo o mundo, e chegaremos ao fim do ano com mais de 20 mil pessoas nesses times.

Contamos com as denúncias da nossa comunidade a respeito de conteúdos que possam violar nossas políticas e usamos tecnologia como machine learning e inteligência artificial para detectar comportamento ruim e agir mais rapidamente.”

Da Redação com informações da Folha e Reuters

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