Por Dr. Cid Carvalhaes*

FINADOS, 02 de novembro. Homenagens e recordações dos mortos. Todos eles, independente de os conhecer ou não, do grau de amizade e parentesco, dos mais próximos aos mais distantes, os homenageamos. 

Predominam manifestações de conformismo, “dia daqueles que se foram antes de nós”, mais “quando estivermos juntos vamos viver a verdadeira vida”, e muitas outras. 

A vida, segundo literatos, “é luta renhida que aos fracos abate e aos grandes e fortes só sabe exaltar”. Nascemos para morrer. Desiderato inexorável da biologia. Todo ser vivo, independente do gênero ou espécie, nasce, vive, reproduz e morre. A morte é, de fato, finitude. 

Para agnósticos, nada mais resta, os transcendentais a interpretam de formas distintas, porém, têm como denominador comum sua continuidade em outra dimensão. 

Uns entendem-na como reencarnação, outras, também de múltiplas maneiras, pregam a vida eterna. 

Estamos vivendo e, por consequência, vivenciando experiências. Convivemos, com amizade, intimidades, afetividade, proximidades, carinhos, amor. Criamos dependências, financeiras, emocionais, amorosas. Todos que morrem e foram depositários dos nossos sentimentos nos deixam marcas indeléveis. Suas memórias, seus legados. Relevantes histórias de vida, nunca se apagarão. 

Qual a grande razão dos Acadêmicos de todas as Academias serem imortais? Muito simples, sucessores nas cadeiras ocupadas se obrigam a sempre se referirem aos antecessores. Assim, é mantida a imortalidade. Enquanto um morto for referido, estará vivo em memória. Análise relevante. 

Desta forma, reverenciar os mortos é fazê-los vivos em nossas lembranças e sentimentos. É conviver na intimidade distante, dialogar no silêncio, estabelecer entendimentos na afeição e no amor. 

Vamos sim, homenagear nossos mortos queridos tornando-os vivos na invocação das suas memórias, seus exemplos, seus legados. Enquanto um morto for lembrado estará vivo em nossas convivências sentimentais. Com carinhos, sem sofrimentos.

*Dr. Cid Célio Jayme Carvalhaes – Médico neurocirurgião, advogado e escritor. Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Presidente do Conselho Deliberativo da SBN, Presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo e Presidente da Federação Nacional dos Médicos. Especialista no Direito Médico e da Saúde e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Direito da Escola Paulista de Direito. É Colunista do Agenda Capital.

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