Palácio do Buriti, Brasília/DF. Foto: Agenda Capital

Secretários, adjuntos, administradores e presidente de estatal deixam o Executivo até 7 de abril. Governo não tem plano de substituição

Por Caio Barbieri / Manoela Alcântara

Até a próxima sexta-feira (7/4), o Governo do Distrito Federal perderá quadros importantes da atual administração. Segundo a lei eleitoral, ocupantes de cargos públicos com pretensões de concorrer nas urnas em 2018 devem se desincompatibilizar das funções seis meses antes do pleito. A regra movimentará a cena política e administrativa da capital do país: pelo menos 17 integrantes do alto escalão do GDF integram o grupo que irá debandar do Executivo.

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) pode perder nomes importantes, como a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos. Ela ainda não confirmou a saída, mas a expectativa é que deixe a pasta. Mesmo sem a certeza se disputará cargo eletivo, a secretária deve se afastar do primeiro escalão a fim de se tornar uma carta na manga do atual comandante do Buriti. Existem hoje duas possibilidades: ou Leany assume uma eventual candidatura ou é cogitada para a coordenação da campanha de Rollemberg.

Embora a assessoria do governo garanta não ter planos de substituição de nomes estratégicos, vai ter que se preparar para fazer as trocas e dar prosseguimentos a projetos. Outros chefes de áreas estratégicas da atual gestão se preparam para testar os nomes nas urnas. Secretários, adjuntos, administradores, subsecretários e presidente de estatal anunciam o desembarque do GDF nos próximos dias.

A secretária de Projetos Estratégicos, Maria de Lourdes Abadia (PSDB), ainda não decidiu a qual cargo concorrerá, mas deixará o Executivo na próxima segunda-feira (2). Uma ala regional tucana defende que a ex-governadora encabece uma possível candidatura ao Palácio do Buriti ou mesmo seja acolhida na chapa de reeleição de Rollemberg, como candidata à vice-governadora. Abadia, contudo, tem resistência aos ambiciosos planos dos aliados e deve concorrer a uma vaga à Câmara dos Deputados. “Sei que serei candidata, só não defini ainda”, afirmou.

Considerado um dos mais próximos a Rollemberg, o atual secretário das Cidades, Marcos Dantas, testará a popularidade do trabalho nas urnas. Filiado ao PSB, Dantas disputará também uma cadeira de deputado federal. Da mesma pasta, outro aliado importante do governador, o subsecretário de Mobiliário Urbano e Participação Social, Marlon Costa (PSB), se desligará da função para dedicar-se ao sonho de conquistar mandato na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

“Tomei a decisão por desejar continuar servindo à população, como fiz quando administrador de duas cidades e secretário em três pastas diferentes. Quero fazer isso de forma ética, com reputação e confiança, características que carrego na trajetória da minha vida”, disse Dantas sobre a estreia nas eleições, embora seja militante do partido há 20 anos.

Surpresas e desistências
A secretária de Esporte, Turismo e Lazer, Leila Barros, deixou o PRB e agora busca uma sigla para se candidatar. Há uma grande probabilidade de ela fechar com o PSB de Rollemberg. No entanto, Leila analisa possibilidades. A ex-jogadora de vôlei pretende se candidatar para conquistar a titularidade de uma das 24 cadeiras da Câmara distrital, no entanto, a legenda tenta convencê-la a disputar a Federal ou o Senado.

A ex-atleta é também uma importante aliada do governador e passará a bola para Jaime Recena. Apesar de ser cotado como possível candidato, o secretário-adjunto de Turismo recuou da disposição de concorrer em outubro e deve assumir o espaço deixado por Leila.

Considerado um coringa dentro do governo, o secretário de Meio Ambiente, Igor Tokarski (PSB), começa a esvaziar as gavetas para dedicar-se exclusivamente ao desafio de conquistar uma vaga na Câmara Legislativa. O advogado foi candidato a deputado federal nas últimas eleições, em 2014, mas obteve 7.161 votos e não se elegeu.

Secretário da Criança, Aurélio Araújo (PV) é ligado ao grupo político do deputado distrital professor Israel Batista (PV), o qual tentava construir uma campanha para a Câmara dos Deputados e deixaria o espaço livre para Araújo herdar os votos. No entanto, o parlamentar ainda não cravou o futuro político, o que levará o secretário a se afastar do cargo, mas sem anunciar oficialmente uma candidatura. “Minha saída do governo é por motivos pessoais. Não serei candidato”, justifica Aurélio.

A Controladoria-geral do DF também perderá um quadro fixo. O chefe da CGDF, Henrique Ziller, tenta novamente uma vaga na CLDF. Ele se desincompatibiliza na próxima sexta-feira (6). No lugar dele, fica interinamente o controlador-geral adjunto Marcos Tadeu de Andrade.

Ex-filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), o secretário-adjunto de Ciência e Tecnologia Thiago Jarjour deixou a sigla para manter seu apoio a Rodrigo Rollemberg, quando pedetistas decidiram abandonar a base do governo. Ainda sem partido, ele sai do Executivo para concorrer a uma vaga de distrital, no dia 6 de abril, . Jarjour ocupou a Secretaria-Adjunta de Trabalho grande parte da atual gestão. “Vou manter a coerência de apoiar o governador”, adiantou Jarjour.

Da Redação com informações do Metrópoles

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