Distrito Federal bate recorde de transplanyes em 2024. Foto: ICTDF/Divulgação.

“O ICTDF tem investido em tecnologia de ponta e na capacitação de seus profissionais para garantir resultados cada vez mais positivos”, pontua o Dr. Marcus Costa, Superintendente/Interventor do ICTDF

Por Delmo Menezes

O Distrito Federal registrou, em 2024, um marco histórico na área de transplantes de órgãos, com números recordes em procedimentos de coração, fígado e medula óssea. Esse avanço reflete o crescimento contínuo na reposição de órgãos e tecidos nos últimos anos, impulsionado pelo empenho das equipes multiprofissionais e pela expansão das unidades credenciadas para realizar esses procedimentos.

Desde 2020, os transplantes de medula óssea apresentaram o maior salto, mais que dobrando em quantidade. Foram 230 procedimentos em 2024, contra 103 em 2020. Esse crescimento foi possível graças à habilitação de nove novas instituições no DF a partir de 2022, ampliando a capacidade de atendimento e reduzindo as filas de espera.

Os transplantes de coração também alcançaram números expressivos, com 35 procedimentos realizados em 2024 – um aumento de 60% em relação aos 22 registrados em 2020. Já os transplantes de fígado ultrapassaram a marca de cem procedimentos anuais desde 2022, chegando a 128 em 2024, sete a mais que no ano anterior. Além desses, o Sistema Único de Saúde (SUS) no DF também realiza transplantes de rim e córnea, consolidando a rede como referência nacional na área.

A secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio, destacou a importância desses números para a população. “Cada transplante representa uma nova chance de vida para quem estava esperando. Por isso, trabalhamos para expandir a rede e melhorar o acesso aos tratamentos. A doação de órgãos é um ato de solidariedade que transforma a vida do receptor e de toda uma família”, afirmou.

ICTDF: excelência em transplantes e tecnologia de ponta

O Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF) tem sido um dos pilares desse sucesso. Foram realizados 31 procedimentos ao longo do ano, com destaque para o mês de fevereiro, quando cinco transplantes foram concluídos com sucesso. Novembro e dezembro também registraram números expressivos, com quatro transplantes realizados em cada mês.

O cirurgião cardiovascular Elson Borges, membro da equipe cardíaca, destacou a evolução do trabalho da equipe ao longo dos anos no transplante cardíaco. “Nossa equipe, unida e altamente capacitada, está constantemente em busca de inovações e soluções para oferecer o melhor atendimento aos nossos pacientes. Esse processo contínuo de aprimoramento tem como objetivo principal salvar ainda mais vidas por meio dos transplantes. Estamos imensamente orgulhosos do impacto positivo que conseguimos gerar ao longo de quase 16 anos de dedicação e comprometimento.”

Em janeiro de 2025, o instituto realizou 17 transplantes, incluindo nove de fígado, dois de rim, três de coração e três de medula óssea autólogo. No último dia do mês, duas cirurgias de alta complexidade foram realizadas: um transplante de fígado e um de rim, ambas concluídas com sucesso.

A equipe do ICTDF, composta por profissionais renomados, demonstrou expertise e comprometimento. A captação do fígado foi liderada pela cirurgiã Ana Virgínia, em conjunto com a enfermeira Paula Manhana, especialista em procedimentos de captação de órgãos. Já a cirurgia foi realizada pelos médicos André Watanabe e Luiz Gustavo, experientes em transplantes hepáticos. O procedimento de rim, por sua vez, foi conduzido pelos médicos Germano Adelino Gallo e Flávio Henrique Frederico Guimarães, com duração de três horas.

Dr. Marcus Costa superintendente/interventor do Instituto de Trasnplantes e Cardiologia do DF – ICTDF. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital.

“O ICTDF tem investido em tecnologia de ponta e na capacitação de seus profissionais para garantir resultados cada vez mais positivos. A doação de órgãos é um gesto de solidariedade que transforma vidas. Conversar sobre o tema e manifestar a vontade de ser doador é essencial, pois essa decisão pode ser a esperança de alguém que aguarda na fila”, reforçou Marcus Costa, superintendente do ICTDF.

Histórias de renascimento

Lourival Filho, 59 anos, é um dos exemplos de como os transplantes podem transformar vidas. Morador de Sobradinho, ele foi submetido a um transplante de fígado em agosto de 2023, após descobrir um tumor maligno em junho do mesmo ano. Em apenas três meses, ele passou pelo diagnóstico, cirurgia e alta hospitalar, celebrando cinco meses de vida nova em janeiro de 2024.

“Eu não acreditava que iria conseguir fazer esse transplante. Saía das primeiras consultas meio desanimado, de cabeça baixa. Fui totalmente surpreendido. Em três meses, me tornei uma nova pessoa, com ânimo para mais 60 anos de vida”, comemorou Lourival.

Doação de órgãos: um ato de solidariedade

A realização de transplantes envolve uma complexa rede de profissionais e sistemas. Nos últimos cinco anos, foram realizadas 3.647 cirurgias no DF, com quase 120 mil procedimentos relacionados, desde a identificação de doadores e receptores até o acompanhamento pré e pós-cirúrgico.

Gabriella Christmann, diretora da Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET-DF), ressaltou a importância da doação de órgãos. “É impossível realizar este trabalho sem a união de várias pessoas – começando pelos doadores e por seus familiares”, afirmou.

Há dois tipos de doadores: os vivos, que podem doar um dos rins, parte do fígado, medula óssea ou pulmão, e os falecidos, cuja doação depende da autorização da família. Os órgãos doados são destinados a pacientes em lista única, gerenciada pela CET-DF e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Para receber um órgão, o paciente deve estar inscrito na lista, respeitando a ordem de inscrição, a compatibilidade e a gravidade de cada caso. A CET-DF coordena todas as atividades de transplantes no DF, abrangendo tanto a rede pública quanto a privada.

O recorde de transplantes no Distrito Federal em 2024 é um reflexo do trabalho dedicado de profissionais de saúde, da expansão da rede de unidades credenciadas e da conscientização sobre a importância da doação de órgãos. Cada número representa uma vida salva e uma família transformada, reforçando a necessidade de continuar fortalecendo essa cultura de solidariedade na sociedade.

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Da Redação do Agenda Capital

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