A instituição é a única da capital federal apta a fazer testes de sensibilidade da bactéria causadora da doença, procedimento que requer uma estrutura física com níveis altos de biossegurança. Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Título conquistado em 2019 coloca o Lacen-DF como mentor técnico-científico de outros cinco estados. Acompanhamento bacteriano é fundamental na elaboração dos tratamentos da rede pública

Por Redação

O Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) é referência regional para exames de tuberculose. A instituição é a única da capital federal apta a fazer testes de sensibilidade da bactéria causadora da doença, procedimento que requer uma estrutura física com níveis altos de biossegurança.

A classificação foi conquistada pelo laboratório público em 2019. E o coloca como referência técnico-científica para estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Maranhão. Das 27 unidades do Lacen espalhadas por todo o Brasil, apenas outras três compartilham o mesmo título: Espírito Santo, Rio de Janeiro e Manaus.

‌Chefe do Núcleo de Bacteriologia do Lacen-DF, Glaura Caldo Lima explica que o teste de sensibilidade é usado para verificar a resistência da Mycobacterium tuberculosis aos antibióticos usados no esquema básico do tratamento, oferecido pelo sistema público de saúde. Caso as drogas não surtam o efeito esperado, é preciso trocá-las.

“O portador da doença pode ser contaminado por uma cepa que não responde bem aos medicamentos do esquema básico”, afirma Glaura. “Além disso, se o paciente não fizer o tratamento de forma adequada ao longo de seis meses, a bactéria pode se tornar resistente aos antibióticos.”

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Para que possa fazer testes de sensibilidade bacteriana, o laboratório precisa ter uma área de biocontenção nível 3, destinada ao trabalho com microrganismos de elevado risco individual. No Lacen-DF, o procedimento é realizado em um ambiente com pressão negativa, evitando que o ar se espalhe para cômodos vizinhos, como corredores.

“Nosso laboratório tem renovação de ar constante, além de portas intertravadas de entrada e saída com fluxo único – quando uma se abre, a outra não consegue ser aberta”, aponta a chefe do Núcleo de Bacteriologia. “Também contamos com uma autoclave de barreira. Todo e qualquer material só sai da sala depois de ser esterilizados.”

O Lacen-DF já fez 330 testes de sensibilidade bacteriana desde janeiro de 2023. “Todas as culturas feitas em novos portadores da doença passam por teste de sensibilidade, é um procedimento padrão”, reforça Glaura. Desse total, 204 exames foram requisitados pela rede pública de saúde do DF, enquanto os demais foram demandados por outros estados.

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Serviços amplos

Laboratório público que trabalha com análise de amostras tanto humanas e não-humanas, o Lacen-DF realiza cerca de 280 procedimentos nas áreas de biologia médica, medicamentos, toxicologia e controle de qualidade em produtos e ambientes.

Cabe à instituição, por exemplo, investigar doenças epidemiológicas, de notificação compulsória, como dengue, chikungunya, zika, covid-19, vírus respiratórios, HIV e hepatite. Também faz análises de amostras de água, alimentos e surtos decorrentes de contaminações.

“Trabalhamos em parceria com a Vigilância Sanitária e a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), além de atendermos toda a rede pública de saúde do Distrito Federal”, conta a diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo. “Os laboratórios dos hospitais regionais fazem apenas análises clínicas, exames de rotina como hemogramas, bioquímica, dosagem de hormônio. Todo o resto fica a cargo do Lacen”.

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Com Ag. Bsa

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