Nicolás Maduro e Lula da Silva. RICARDO STUCKERT/PR

Brasil enfrenta tensão diplomática com a Venezuela após Maduro romper acordos. A crise se aprofundou após Maduro descumprir acordo para preservar Embaixada da Argentina em Caracas

Por Redação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião de emergência neste domingo (08/09) no Palácio do Planalto para discutir a crescente crise diplomática com a Venezuela. O governo brasileiro admitiu que o momento é de “tensão”, apesar dos esforços contínuos de mediar a situação e buscar uma solução política para o impasse.

A crise se agravou após o rompimento, por parte do regime de Nicolás Maduro, de um acordo com o Brasil que visava preservar a embaixada argentina em Caracas. O cerco à embaixada, desde sexta-feira, foi visto com preocupação pelo governo brasileiro, que classificou a decisão venezuelana como um “choque”. A embaixada abriga seis opositores venezuelanos, e o Brasil havia assumido sua gestão temporária para evitar uma escalada do conflito.

Além disso, a fuga do líder oposicionista Edmundo Gonzalez para Madri, interpretada por Caracas como uma “concessão”, gerou mais atrito entre os dois países. O governo brasileiro esperava que a oposição e o regime pudessem dialogar sobre um processo de transição, mas o exílio de Gonzalez dificultou qualquer avanço nesse sentido.

A situação é agravada pela ausência de alguns dos principais interlocutores da política externa brasileira, como o assessor especial Celso Amorim, que está em Moscou, e o chanceler Mauro Vieira, em viagem ao Oriente Médio. Mesmo assim, ambos mantêm contato contínuo com Brasília.

Em declarações sob anonimato, diplomatas latino-americanos revelaram que a quebra de acordos por parte de Maduro foi vista como uma “traição” ao governo Lula, que vinha tentando manter os canais de diálogo abertos para uma solução pacífica.

Edmundo González chega à Espanha para asilo político após deixar Venezuela

O avião da Força Aérea Espanhola que leva Edmundo González para Espanha aterrissou neste domingo (8) na Base Aérea de Torrejón de Ardoz, em Madrid, informaram fontes do Ministério das Relações Exteriores espanhol.

A partir de agora terão início os procedimentos para o pedido de asilo, cuja resolução será favorável no interesse do compromisso da Espanha com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos, especialmente dos líderes políticos.

A saída de González da Venezuela ocorre cinco dias depois de um tribunal ter ordenado a sua prisão sob acusações relacionadas com a publicação dos resultados eleitorais num website. González rejeitou repetidamente as acusações contra ele.

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Da Redação do Agenda Capital e Agências

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