Presidenre Lula e o ministro da Defesa José Múcio. Foto: Reprodução.

Múcio, que estava programado para uma viagem a Recife, cancelou seus planos quando foi informado sobre a operação na noite anterior

Por Delmo Menezes

Brasília, 08 de fevereiro de 2024 – Em meio à operação da Polícia Federal (PF) que atingiu o núcleo político e militar próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, declarou apoio à investigação e tenta acalmar os ânimos dentro das Forças Armadas.

A operação, intitulada Tempus Veritatis (Hora da Verdade em latim), foi deflagrada nesta quinta-feira (8) e apura a atuação de uma organização criminosa com cinco eixos: Ataques virtuais a opositores; Ataques às instituições (STF e TSE), ao sistema eleitoral e à higidez do processo eleitoral; Tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito; Ataques às vacinas contra a Covid-19 / medidas sanitárias à pandemia e uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens com a manutenção no poder.

Após, ser informado com antecedência sobre a operação da Polícia Federal, José Múcio Monteiro, viu-se no centro das atenções nesta quinta-feira (08). O ministro de Lula reagiu cautelosamente, afirmando que é “dever das Forças Armadas apoiar operações determinadas pela Justiça”.

A operação, batizada de Tempus Veritatis (Hora da Verdade, em latim), teve como alvos figuras proeminentes, incluindo o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e 16 militares, entre eles generais de alta patente como Braga Netto, Augusto Heleno e Stevan Teófilo Gaspar de Oliveira. A investigação, que se estende há mais de um ano, aborda uma série de eixos, incluindo ataques virtuais, tentativas de golpe de Estado e desinformação sobre o sistema eleitoral.

Múcio, que estava programado para uma viagem a Recife, cancelou seus planos quando foi informado sobre a operação na noite anterior. No entanto, o ministro afirmou não ter conhecimento prévio sobre os nomes dos alvos das diligências. “Não podemos confrontar uma decisão judicial. Cabe às Forças apoiar uma operação determinada pela Justiça”, ressaltou Múcio em declarações a imprensa.

O impacto da operação sobre as Forças Armadas tem sido motivo de preocupação, com críticas surgindo não apenas entre os militares da ativa, mas também entre os oficiais da reserva. A designação do comando das Forças Armadas é para que não haja leitura de ordem do dia referente à data que marca os 60 anos do golpe militar de 1964, indicando um clima de tensão e desconforto nos bastidores das instituições militares.

Entre os alvos da operação, o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha durante o governo Bolsonaro, destacou-se por suas posições abertamente contrárias à vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma mensagem de WhatsApp, Garnier pediu apoio e sugeriu estar sofrendo perseguição política, ecoando sentimentos expressos pelo próprio Bolsonaro.

As repercussões das operações da PF evidenciam a complexidade das relações entre as instituições militares e o governo, especialmente em um momento de transição política e judicial no Brasil. A postura de José Múcio Monteiro em afirmar o apoio das Forças Armadas à Justiça pode servir como um elemento de estabilidade em meio às turbulências políticas e institucionais que o país enfrenta. No entanto, os desdobramentos futuros dessas investigações certamente continuarão a moldar o cenário político brasileiro nos próximos dias e semanas.

A investigação da PF segue em curso e novos desdobramentos são esperados. A coleta de provas e depoimentos dos envolvidos será fundamental para determinar a responsabilidade dos autores e o alcance da organização criminosa.

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Da Redação do Agenda Capital

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