Henry Kissinger fotografado na Alemanha, em setembro de 2015 — Foto: Fabrizio Bensch

 Kissinger foi um dos políticos e intelectuais mais importantes dos EUA

Por Redação

Morreu nesta quarta-feira, 29, o ex-Secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger, aos 100 anos de idade, na sua residência em Connecticut.

Kissinger foi um dos políticos e intelectuais mais proeminentes dos EUA. Ele atuou como principal diplomata e conselheiro de segurança nacional dos governos de Richard Nixon e Gerald Ford, entre 1973 e 1977, período no qual deixou uma marca indelével na política externa americana.

Em 1973, o político veterano ganhou o Prêmio Nobel da Paz por ter contribuído para uma trégua temporária na Guerra do Vietnã — um conflito polêmico e sangrento que deixou mais de 58.000 soldados americanos mortos e destruiu grande parte do Vietnã.

Kissinger permaneceu ativo até completar os 100 anos de idade, participando de reuniões em Washington, promovendo seu livro recente e atuando como testemunha perante um comitê do Senado dos EUA sobre a ameaça nuclear apresentada pela Coreia do Norte.

Seu ato diplomático mais recente ocorreu de em julho de 2023, quando realizou uma visita surpresa a Pequim para se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping.

Seu trabalho do último século, em meio à Guerra Fria, moldou muitos eventos globais que impactaram na história recente. A abertura diplomática da China, as negociações sobre o controle de armas nucleares entre os Estados Unidos e a União Soviética e fortalecimento das relações do Ocidente com países do Oriente Médio e da Ásia são apenas alguns exemplos disso.

A causa da morte não foi divulgada. Heinz Alfred Kissinger nasceu na Alemanha em 1923 em uma família de judeus ortodoxos que conseguiu fugir para os EUA em 1938. Voltou à terra natal, já com o novo nome, como soldado aliado do setor de inteligência. No pós-guerra foi aluno e depois professor da Universidade de Harvard e consultor dos presidentes Eisenhower, Kennedy e Johnson, sob o qual começou discretas negociações para tirar os EUA do Vietnã.

Não simpatizava com Richard Nixon, republicano anticomunista eleito presidente em 1968, mas logo se tornou seu assessor para assuntos internacionais, jogando para escanteio o secretário de Estado oficial, William Rogers, que finalmente substituiu em setembro de 1973. Com Nixon, sua política externa foi pragmática. A prioridade era sair do Vietnã, mas não antes de 1972, quando a “derrota” poderia custar a reeleição do presidente. A paz foi assinada em janeiro de 1973 — a guerra continuou sem os americanos, e o Vietnã se tornou todo comunista dois anos depois.

Seu Nobel da Paz pelo acordo foi questionado principalmente por conta dos bombardeios indiscriminados sobre Hanoi, a capital norte-vietnamita. Um de seus grandes êxitos foi a reaproximação com a China, culminando com a visita de Nixon a Pequim em fevereiro de 1972. E ainda distendeu as relações com Moscou, levando a uma série de tratados de desarmamento nuclear.

Siga o Agenda Capital no Instagram>https://www.instagram.com/agendacapitaloficial/

Com NY Times e Agências Internacionais

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here