Leitos de UTI do Hospital Regional de Santa Maria no DF. Foto: Leandro Cipriano / SES

A taxa de ocupação dos leitos de UTI da rede pública é de 85%. Entre as unidades sem vagas estão o hospitais Regionais de Ceilândia e Ceilândia, além do Hospital Universitário de Brasília. O Hospital de Campanha Mané Garrincha também não tem leitos para internação

Por Redação*

A lotação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) da rede pública dedicados ao tratamento da covid-19 é de 85,12% no Distrito Federal. Os dados são da Secretaria de Saúde (SES-DF), divulgados no início da manhã deste domingo (12/7). Ainda, o levantamento da pasta também indica que sete unidades estão sem vagas para receber novos pacientes. Na capital, são 68.406 pessoas contaminadas pela doença e 796 mortos.

Entre as unidades sem vagas de UTI, está o Hospital Regional de Ceilândia (HRC), na região administrativa com mais casos de infecções. Balanço da Saúde da noite de sábado (12), indica que são 8.653 moradores locais diagnosticados com a doença. Apesar do alto índice de contaminação, a cidade conta apenas com 35 leitos para tratamento intensivo: 10 no hospital local, 20 da UPA e 5 no Hospital São Francisco.

No HRC, nove pacientes estão internados na unidade de terapia, sendo que a décima vaga está bloqueada. Portanto, não há vagas para hospitalizar novos pacientes. Na unidade há também 22 leitos na unidade de cuidados intermediários (UCI), mas somente dois estão vagos. Já na UPA de Ceilândia há a disponibilidade de internação de mais três doentes. Não há disponibilidade de internação de novos pacientes no São Francisco.

Em Samambaia, quarta cidade no número de diagnósticos positivos da covid-19 (4.672), todos os 20 leitos de UTI do hospital regional estão com pacientes internados. A unidade também conta com 12 vagas na UCI e, na ala, há oito vagas liberadas.

No Hospital Universitário de Brasília (HUB), que conta somente com 20 vagas para tratamento na UTI, também não tem mais disponibilidade para novas internações. Os demais hospitais sem leitos de tratamento intensivo são Hospital Ortopédico e Medicina Especializada, na Asa Sul, e o Hospital São Mateus, no Cruzeiro.

A sétima unidade hospitalar sem leitos é o Hospital de Campanha Mané Garrincha, que conta apenas com 20 vagas para tratamento na Unidade de Cuidados Intermediários. No Distrito Federal, esse é o único local sem vagas para acomodar novos pacientes com casos de infecções menos graves. 

Situação do Hran

No Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no combate à doença, não havia mais vagas até a noite de sábado (11). No entanto, na manhã deste domingo (12), dados da Sala de Situação, plataforma utilizada pela Secretaria de Saúde para informar a situação de leitos no DF, indicou que há dois leitos disponíveis na UTI. 

No sábado, a reportagem obteve imagens que mostram a situação de superlotação no hospital. Uma fonte do hospital conversou com a reportagem sob a condição de anonimato e informou que há várias pessoas diagnosticadas com a covid-19 aguardando vaga. “Há um grande fluxo de pessoas e poucos profissionais para acompanhar todos. Na ala de medicação, há, pelo menos, 20 infectados sendo medicados e aguardando atendimento”, explicou.

Para a profissional da saúde, no entanto, o mais preocupante são os pacientes em estado gravíssimo que, por falta de leito na UTI, estão acomodados no box de emergência do hospital. “A área tem estrutura para atender a até nove pessoas, mas havia 16 (ontem). Tratam-se de doentes que estão medicados e também intubados e que, no entanto, não conseguem uma vaga no hospital”, afirmou. Além desses pacientes, havia mais de 40 pessoas sentadas em bancos do Hran, já com diagnóstico positivo para a covid-19, também esperando uma vaga para internação.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde para obter mais informações sobre a espera no Hran e se os pacientes que aguardavam vagas foram encaminhados para outros hospitais que contam com leitos de tratamento da covid-19. Ainda, também foi informado sobre a falta de vaga nos sete hospitais do DF e o que a pasta analisa fazer para resolver o problema. A matéria será atualizada assim que os questionamentos forem respondidos.

*Com informações do Correio

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