Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro

Note-se que a dupla Fluminense/Botafogo deseja o retorno dos jogos, mas apenas quando for seguro para a população e todos os envolvidos e neste momento não é seguro

Por Raimundo Ribeiro*

Em função da pandemia que já rompera fronteiras invadindo  o Brasil, o campeonato carioca foi interrompido no dia 15/03 passado, isto é há 03 meses; oportuno relembrar que as principais vozes a favor da interrupção foram dos dirigentes do Fluminense e Botafogo enquanto os do Flamengo, Vasco e os demais pequenos aceitaram a suspensão, mas contrariados. O presidente da federação também.

Dito isso, se passaram 90 dias e apesar da curva da morte continuar subindo, os dirigentes contrariados, à frente os do Flamengo, continuaram agindo nos bastidores para o retorno dos jogos, patrocinando cenas patéticas que se não fossem trágicas seriam cômicas: viagem a Brasília para posar ao lado do presidente da república e pressionar os governantes do Rio a “autorizar” o retorno dos jogos; treinos com bola que estão proibidos; multas ridículas de 2 mil reais, ameaças do “famoso” presidente da federação a seus filiados Fluminense e Botafogo se não se curvarem a insanidade do retorno dos jogos imediatamente e outras idiotices que não caberiam neste artigo.

Note-se que a dupla Fluminense/Botafogo deseja o retorno dos jogos, mas apenas quando for seguro para a população e todos os envolvidos e neste momento não é seguro, bastando ver a curva ascendente de mortos no estado; projeta-se que em meados de julho a curva ficará descendente e aí seria possível a realização dos jogos, sem público presente e com os cuidados necessários.

É óbvio que a questão financeira está no centro desta questão e é legítimo que os clubes busquem soluções. Por outro lado, não se pode esquecer que, independentemente do tamanho do problema, o primeiro compromisso de todos deve ser a preservação da vida e a razão também é óbvia; com vida, problemas financeiros podem ser resolvidos; sem vida, problemas financeiros nem existem. Simples assim.

Assim sendo, parabéns aos dirigentes do Fluminense e Botafogo que, apesar dos inúmeros problemas financeiros que enfrentam com a pandemia, à semelhança de todos os outros, conseguem enfrentar o desafio se mantendo lúcidos e tendo comportamento exemplar. 

Nos tempos atuais, onde forçoso relembrar frase do saudoso Nelson Rodrigues de que “os idiotas perderam a modéstia”, não se pode esquecer que o Fluminense sempre liderou as grandes mudanças positivas no futebol brasileiro como quando se passou a exigir que as tvs pagassem pela transmissão dos jogos, quando promoveu o reequilíbrio técnico dos campeonatos com o famoso “troca-troca”, e inúmeras outras atitudes que enobrecem o futebol brasileiro.

E o outro gigante do futebol, Vasco da Gama? Triste ver os dirigentes do gigante da colina se apequenarem a ponto de se colocarem como mero papagaio de pirata dos dirigentes do Flamengo.

Seria importante que torcedores  do Vasco e Flamengo, pela paixão que devotam a seus clubes puxem as orelhas dos dirigentes e exijam bom-senso e grandeza neste momento de luta pela preservação das vidas. A grandeza do Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco imortalizadas pelas suas respectivas torcidas ao longo da história impõe a União de todos para vencer o nosso maior adversário de todos os tempos que é esse vírus assassino e covarde.

Raimundo Ribeiro – Advogado – OAB/DF 3.971, advogado da União aposentado, foi secretário de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do DF e deputado distrital por dois mandatos. É colunista semanal do Agenda Capital

(As opiniões dos nossos colunistas não refletem necessariamente a linha editorial do Agenda Capital)

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