Dr. Cid Carvalhaes

Por Dr. Cid Carvalhaes*

Retrocessos apesar dos avanços. Aparente contradição, porém, expressão de verdade absoluta. Ao retroagirmos em 50 anos constatamos comunicação precária, deslocamentos difíceis, tecnologia rudimentar em todos os setores. Basta uma pequena navegação em qualquer página eletrônica de dados e confirmam-se evidências.

Atualidade, comunicação ágil, tudo em tempo real, máquinas das mais avançadas, o mundo se apequenou pela eficiência do transporte aéreo com destaque.

População crescente em índices vertiginosos. Estamos nos aproximando, de forma célere, dos 8 bilhões, isto mesmo, 8 bilhões de habitantes no planeta. Avanços e conquistas aceleram a cada dia. São evidentes.

E os retrocessos. Há 50 anos ou mais, a saúde era de qualidade e pública. A educação se destacava, alunos diferenciados, universidades povoadas por seres pensantes, e tudo público. Existia fome, claro, sempre existiu, afinal, os poderosos nunca abandonaram suas prepotências e as aumentam a cada hora. A fome também.

Agressões milicianas, abusos de autoridades por ministros de estado, policiais, setores do judiciário, ministério público, enfim, são expressões cotidianas.

Racismo intolerável, preconceitos e discriminações para com a mulher, comunidade homoafetiva, população de periferia e das comunidades, povo sofrido e explorado. Saúde e educação se precarizaram.

Percentualmente, índices gerais de mortalidade se acentuam. 17 milhões de enfermos, 470 mil mortes em curto espaço de tempo, vírus incontrolado por plena ineficiência sanitária.

Povo nas ruas, exigências de direitos fundamentais. Comida, moradia, ainda que singela, saneamento básico, trabalho, emprego decente, salário digno, transporte público adequado, saúde, educação, respeito, dignidade, liberdade, soberania.

Avanços sim, entretanto, em conquistas sociais o retrocesso é incomensurável. Justiça social, este é o grande clamor.

*Dr. Cid Célio Jayme Carvalhaes – Médico neurocirurgião e advogado. Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Presidente do Conselho Deliberativo da SBN, Presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo e Presidente da Federação Nacional dos Médicos. Especialista no Direito Médico e da Saúde e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Direito da Escola Paulista de Direito. É Colunista do Agenda Capital.

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