Por Raimundo Feitosa*
Hoje me deparei com uma informação que, embora comum, não me parece normal, dadas as circunstâncias políticas atuais. Um Levantamento feito pelo jornal Estado de São Paulo (Estadão), mencionado em matéria publicada no portal, hoje de madrugada, mostra que o PT será cabeça de chapa ao governo, nas eleições 2018, em seis Estados em coligações com partidos que foram favoráveis ao impeachment. Na mão inversa, outros nove candidatos a governador de siglas que votaram pelo afastamento de Dilma vão ter o apoio do PT.
Depois de toda a balbúrdia em torno do que os petistas chamaram de “golpe”, ver o PT aliado aos partidos que, na época foram taxados de traidores, não é novidade, mas é estranho, para dizer o mínimo. A presidente (ou presidenta) do PT explicou: “Não há (contradição) porque estamos deixando claro que eles têm de apoiar Lula. Em todos esses casos, tem apoio a Lula e uma autocrítica, inclusive. ”
Será que o problema era a Dilma? Isso parece um mea-culpa (chamado de autocritica) do Lula dando a entender que a escolha de Dilma foi um erro. Ou esse seria um ato de desespero, de um náufrago se agarrando às tábuas de salvação, diante da nítida possibilidade de ficar ainda mais longe do palácio?
A verdade que emerge dessa “lambança política” do PT, é a verdade de sempre. Como dizia minha mãe, é tudo farinha do mesmo saco. Os que governam hoje, já governavam, quando o governo que eles derrubaram estava governando.
A gente sabe que em política essa mistura de águas é comum, mas a ferida do “golpe” ainda está aberta. Se não foi golpe e não há uma ferida aberta, é uma encenação muito bem encenada (me desculpe a redundância). Por isso minha cara de espanto.
Mas…
Só para contribuir com uma ideia (que os petistas vão repudiar veementemente) eu acho que, se é pra unir quem sempre esteve junto, seria melhor o PT esquecer o condenado e fechar apoio nacional ao ex-ministro da fazenda, afinal PT e MDB sempre se deram tão bem.
*Raimundo Feitosa – Jornalista, teólogo, escritor e colunista do Agenda Capital
Raimundo Feitosa,
Em ocasiões peculiares, como é o caso, costumo usar a expressão: “Lixo do mesmo saco” porque me recuso a usar uma substância tão cara à gastronomia brasileira. Ainda que em uma linguagem metafórica, o “lixo” em vez da “farinha” cai muito melhor, não acha?
Assim, além da metáfora se destina uma ironia, ao mesmo tempo, ácida e fina, à imitação do célebre Roberto Campos.
Mas é isso aí…