Por Raimundo Feitosa*
Pós-eleição, vida que segue. Quem perdeu, perdeu e quem ganhou começa a se articular para governar. O capitão começou a escalar o time e agradou geral (ou quase) na escolha dos titulares. A cada nome anunciado, há um sentimento coletivo de que, com esse time, a gente ganha o jogo. A regra é (ou pelo menos tem sido) que os escolhidos sejam mais técnicos e menos políticos. Isso é novidade por aqui (acho até que posso arriscar um “como nunca antes na história desse País”) por isso, é animador.
É claro que ainda estamos em “lua de mel” (há quem diga que isso dura seis meses) e qualquer gesto do capitão, por simples que seja, arranca aplausos frenéticos dos que veem nele um mito (ainda bem que ele não se acha um) que emerge da esperança de um povo que não aguenta mais a canalhice dos governantes.
No entanto, a realidade é mais dura do que se imagina. O presidente eleito está ameaçado, a ORCRIM (peguei emprestado do site “O antagonista” que chama assim a organização criminosa) não quer largar o osso, a crise é profunda e a maquina publica precisa ser dedetizada, pra não dizer exorcizada. A gente sabe de tudo isso, mas, mesmo assim, o quadro é animador e a gente acredita que vai virar o jogo.
Maaas…
As escolhas não agradaram a todos e até revoltaram alguns, principalmente pela escolha de um nome que tem tirado o sono de muita gente nos últimos anos. Tem gente chorando, esperneando, bufando e esbravejando porque o capitão botou um juiz na pasta da justiça (vê se pode!).
O pessoal que defendeu a Lava Jato (me engana que eu gosto) na campanha, a mesma turma que elogiou o judiciário e até prometeu investir na operação da Polícia Federal caso fosse comandar o Brasil, quando o capitão escolheu um dos principais nomes do judiciário e da Lava Jato para comandar o Ministério da Justiça, desandou a falar bobagens. Respeito os que pensam diferente e reconheço que ninguém pode acusa-los de incoerência. Afinal, quem queria um presidiário na presidência do Brasil não poderia ficar feliz com o Ministro Moro (ou super Moro?) comandando a Justiça.
Deixando de lado os chorões e os brigões, e, respeitando os que argumentam com embasamentos técnicos (ainda que frágeis) contra a escolha do juiz, devo dizer que o meu otimismo se justifica, principalmente, por um fator pertinente a todos os que sestão sendo escolhidos. Não sei se a gente vira o jogo no primeiro ou no segundo tempo (mandato), nem sei se o time escalado vai ser “bom de serviço” quando o jogo começar pra valer. Mas o que me deixa orgulhoso e muito animado, é que as escolhas coerentes do presidente eleito me fazem acreditar que, no novo time que vai governar o Brasil, ficha suja não entra.
Por enquanto. Isso basta!
É como penso.
*Raimundo Feitosa – Jornalista, Teólogo, Escritor e colunista do Agenda Capital
Que maravilha de comentário amigo! É isso mesmo!