Foto: Reuters

Ação integrada dos países é a única via possível para debelar epidemias como esta

Por Redação 

A corrida mundial para reforçar a vigilância sanitária em fronteiras, até mesmo com o fechamento delas, a exemplo do que fez a Rússia nos 4 mil quilômetros que compartilha com a China, parece a realização do sonho dos isolacionistas dos movimentos antiglobalização. Na verdade, este autonomismo seria um pesadelo. Da Coréia do Norte, uma ditadura que resulta do stalinismo mais tenebroso misturado com os temores de George Orwell, nada se sabe, como sempre. Talvez lá não tenha coronavírus. Mas também não há comida.

Na quinta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS), depois de haver recuado em um primeiro momento, resolveu decretar “emergência de saúde pública de interesse internacional”. A medida aciona diversos protocolos a serem seguidos pelos países. Eles facilitam a troca de informações sobre a evolução da doença e de cunho científico, abrem o acesso de todos a medicamentos antivirais, permitem o esforço conjunto para desenvolvimento de vacina e ainda patrocinam o combate a discriminações e a estigmas surgidos em meio à epidemia. Por exemplo, o fechamento de países a chineses. A OMS demonstra preocupação, além da obstrução indiscriminada de fronteiras, com uma retração abrupta e desastrosa do comércio com a China, e seu isolamento – impensável, por se tratar da segunda economia do mundo. Mas cuidados têm de ser tomados.

Até o início da tarde de ontem, o coronavírus havia matado 213 pessoas, todas na China, e contaminado no país 9.800. A doença havia sido detectada em 19 outras nações. Até agora, a letalidade do vírus tem estado abaixo da verificada pelo coronavírus que em 2013 também surgiu na China. Mas a velocidade de propagação atual levou a OMS a decretar o estado de emergência.

A integração entre os países, e não seu isolamento, tem sido fator relevante no enfrentamento da crise. O fluxo de informações dentro da comunidade internacional, por meio da OMS, serve para tranquilizar as populações, sem esconder o potencial de gravidade da epidemia.

O comando da OMS, geralmente com seu diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, à frente, tem dado entrevistas à imprensa mundial, para atualizar estatísticas e tirar dúvidas. Secretários do Ministério da Saúde fazem o mesmo no Brasil. É uma ação correta, porque também serve para desmentir incontáveis fake news que circulam nas redes sociais. Boatos surgem em escala planetária.

A entrevista coletiva diária dos secretários tem passado a tranquilizadora ideia de que há um sistema de saúde mobilizado, de que são parte laboratórios públicos confiáveis, como a Fiocruz e o Adolfo Lutz.

Além disso, há uma integração mundial para tratar da epidemia. Essa proximidade entre instituições de saúde no mundo inteiro é a única forma eficaz de se conter este ou qualquer outro vírus.

Com informações do O Globo

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