As consequências dessa desconexão entre povo e representantes são sentidas em diversas áreas como: educação, saúde e segurança
Por Delmo Menezes*
A política é, para muitos, uma arena de interesses próprios, onde poucos se preocupam realmente com o bem-estar da população. Aristóteles, o grande filósofo grego, definiu a política como a arte de negociação para compatibilizar interesses e fazer o bem comum. No entanto, na realidade brasileira, a política muitas vezes se desvia dessa definição ideal, transformando-se em politicagem — o uso da política para fins pessoais.
A desconfiança da população em relação aos políticos é palpável. Em conversas cotidianas, a menção de políticos invariavelmente evoca imagens de corrupção, desonestidade e escândalos. Essa desilusão reflete-se na apatia eleitoral, especialmente evidente nas eleições municipais, onde a falta de interesse dos eleitores é visível. O cenário político é dominado por candidatos muitas vezes sem qualificação ou projetos concretos para melhorar a vida nas cidades. As eleições municipais deste ano, por exemplo, são vistas com apatia, por grande parte da população brasileira.
Problemas sistêmicos
A impunidade, a corrupção e o descaso pelo bem público são problemas crônicos no Brasil. A saúde pública enfrenta uma crise severa com a falta de médicos, medicamentos e longas filas nos hospitais. A educação, essencial para o desenvolvimento de qualquer nação, está em estado precário, necessitando de investimentos em infraestrutura, formação de professores e programas educativos sólidos. A segurança pública também está comprometida, com a população vivendo com medo da violência e da atuação de milícias.
Politicagem e interesses pessoais
A prática da politicagem está arraigada no sistema político brasileiro. Trocas de favores, uso do poder para benefício próprio e apoio político baseado em interesses pessoais são comuns. Muitos políticos mudam de partido como quem troca de roupa, buscando sempre a melhor oportunidade para si mesmos. Esse comportamento deturpa o verdadeiro sentido da política e prejudica a confiança da população no sistema democrático.
A Importância do voto consciente
Diante desse cenário, é essencial que os cidadãos brasileiros exerçam seu direito ao voto de maneira consciente e informada. Escolher bem os representantes é fundamental para a construção de um país mais justo e honesto. É preciso combater a apatia e a omissão, lembrando sempre que a esperança de dias melhores está na ação de cada um de nós.
Diante desse quadro, o que fazer? A resposta reside na conscientização do povo sobre seu poder de escolha. É preciso votar com responsabilidade, buscando candidatos honestos, competentes e comprometidos com o bem-estar da população.
A esperança
Apesar dos desafios e da corrupção que permeia a política brasileira, a esperança não deve ser abandonada. Acreditar em dias melhores e agir para realizá-los é um dever cívico de todos os brasileiros. A mudança começa com o voto consciente e a participação ativa na vida política do país, garantindo que os interesses da população sejam realmente priorizados.
Que possamos, como cidadãos, lutar por um sistema político mais justo e comprometido com o bem comum, resgatando os valores de dignidade, justiça e honestidade que são fundamentais para o progresso da nação.
Ao refletir sobre esses questionamentos, podemos contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e próspera para todos. Afinal de contas, somos brasileiros e não desistimos nunca. Como diz o ditado: “A esperança é a última que morre”. Vamos acreditar que dias melhores virão!
*Delmo Menezes: Gestor público, jornalista, teólogo, especialista em relações institucionais com experiência e participação política.