Dra. Ana Paula Pereira da Silva.

Por Ana Paula Pereira da Silva

É assustador o cenário aterrorizante em que, infelizmente, temos vivido. Um crescimento desenfreado e diário de casos de violência doméstica e feminicídio, não temos condições de exercer e colocar em prática nosso direito de ir e vir, assegurado pela Carta Magna (Constituição Federal 1988), pois embora a maior parte dos casos ocorram na residência da vítima, muitas vezes pelo próprio companheiro, a sensação de insegurança está por toda parte.

Diariamente temos mobilizado pessoal de diversas áreas, entidades e setores da sociedade, como OAB, Defensoria Pública, Polícia Militar, Polícia Civil, Judiciário, Conselhos e Redes, para juntos em palestras, atendimentos, divulgação, mostrarmos que a vítima tem apoio, ela não está só, temos nos disponibilizado quase que diariamente em prol da mudança dessa triste realidade que temos vivido, e isso encoraja, anima e até ajuda a solucionar e até interromper a constante violência praticada por alguns.

A dificuldade em se precaver, também se dá, por não ser possível analisarmos um estereótipo tampouco classe social, para analisar indícios ou parâmetros, pois são tantas peculiaridades que muitas vezes o autor dessas barbáries conseguem enganar até mesmo a própria família, como casos recentes ocorridos aqui no DF, em que a própria filha e esposa disseram nunca desconfiar pois o “meliante” era uma pessoa tranquila, educada.

É preciso estar alerta em todos os lugares, e isso acaba muitas vezes afastando a sociedade de um convívio tranquilo, uma vez que o autor, pode ser qualquer um, não há como desconfiar por análise ou “prever” e nesse caso encaixa-se muito bem aquela frase “Quem vê cara, não vê coração”.

Ainda assim, sou otimista e na minha visão, a sociedade entendeu que é preciso essa união de todos para juntos colocarmos um fim nessa triste realidade de violência, pois quando você se disponibiliza para a realização do menor ato que seja, pode mudar destinos, salvar e vidas.

Teremos a “Semana da Lei Maria da Penha” (conforme a Lei Distrital nº 6.325/2019) de 25/11 à 29/11/2019 nos três turnos, organizado pelo NJM – Núcleo Judiciário da Mulher – DF, curso aplicado em julho /19 para multiplicadores do projeto.

Como vice-Presidente da Comissão de Combate a Violência Doméstica e Familiar da OAB/DF e Diretora de Violência Doméstica na Rede Internacional de Excelência Jurídica – RIEX, não temos medido esforços para conseguirmos chegar a cada uma dessas mulheres para que saibam que tem com quem contar.

*Ana Paula Pereira da Silva – Advogada, servidora pública, vice-Presidente da Comissão de Combate a Violência Doméstica e Familiar da OAB/Seccional DF, Diretora de Violência Doméstica na Rede Internacional de Excelência Jurídica – RIEX, Diretora de Relações Institucionais do Conselho de Mulheres Cristãs do Brasil -CMCBr, Membra da Câmara de Cultura de Paz e Não Judicialização e da Câmara de Cidadania do CODESE, Membra da Frente pela Educação em Direitos da AMAGIS/ Membra e Multiplicadora do Projeto Maria da Penha Vai à Escola e Advogada-Sócia do Escritório Sabóia Advogados Associados.

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