Luciano Lima. Foto: Divulgação.

Por *Luciano Lima

Na última quinta-feira, 30 de novembro, era feriado no Distrito Federal (Dia do Evangélico), chovia muito e fazia frio. Pensei algumas vezes antes de sair de casa para me dirigir à Câmara Federal e participar da audiência pública sobre o voto impresso. Mas já adianto dizer que valeu a pena.

Como valeu a pena? Queria entender o motivo que estava por trás de tantos ataques e desinformação a respeito da impressão do voto eletrônico. E pasmem: o maior inimigo do voto impresso é exatamente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que espalha aos quatro cantos que é desperdício de dinheiro e um retrocesso.

É importante lembrar ao TSE que as respostas sobre as supostas irregularidades nas eleições de 2014 e as fragilidades detectadas nas urnas eletrônicas ainda não foram respondidas claramente.

É importante deixar bem claro a todos os brasileiros que a impressão do voto não é voltar para a cédula de papel. São coisas totalmente distintas.

A impressão do voto eletrônico dificulta imensamente as fraudes e pode ainda ser contada pelo computador. Ou seja, o voto impresso não exige necessariamente a contagem manual. E mais: o eleitor não leva o voto impresso para casa. O voto é depositado em outra urna. Além disso, caso ocorra uma falha ou suspeita de fraude, o voto impresso possibilita a realização de uma auditoria.

Sem o voto impresso ficam no ar algumas perguntas que carecem de respostas rápidas. Quem é de fato o autor do voto: o eleitor ou a urna? Por que a urna tem que ter o total controle sobre o voto?

A alegação do TSE de que estações orçamentárias poderiam atrapalhar o cumprimento da lei que obriga a implantação do voto impresso não é verdadeira. Além de não haver limite para investirmos no processo eleitoral, a viabilidade pode se dar apenas com a compra de impressoras e não de todo o equipamento. Resumindo: o que poderia custar cerca de R$ 1,2 bilhões não passaria de R$ 250 milhões.

O fato é que a população tem desconfiança das urnas eletrônicas e na minha humilde e leiga avaliação o voto impresso é um avanço para o sistema eleitoral. Nós, eleitores, precisamos ter a certeza da eficiência e da transparência nas eleições de 2018.

* Luciano Lima é jornalista, radialista, historiador e assessor parlamentar. Colunista semanal do Agenda Capital.

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