Por Redação
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (22/11), a segunda fase da Operação Pelicanos, que apura um suposto esquema de pagamento de propina envolvendo um servidor de alto escalonamento da Subsecretaria da Receita distrital (Surec) e a empresa Atacadão Dia a Dia. A investigação aponta que valores ilícitos eram pagos para o cancelamento indevido de certificados de dívida ativa (CDA) da empresa, em violação aos deveres funcionais.
Entre os alvos da operação está Marcelo Ribeiro Alvim, auditor fiscal recém-aposentado, que teve a casa e endereços vinculados à empresa investigada vasculhados durante o cumprimento de seis mandatos de busca e apreensão. Foi proibido exercer funções públicas e frequentar a Secretaria de Economia do DF.
Segundo a PCDF, “elementos obtidos na primeira fase, deflagrados em abril deste ano, reforçaram as suspeitas de um esquema dentro da Surec para favorecer o grupo empresarial investigado”. A Delegacia de Repressão à Corrupção (DRCor), com apoio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), apura os crimes de corrupção ativa, passiva e contra a ordem tributária, que juntos podem resultar em penas de até 20 anos de prisão.
Primeira fase da operação
Em abril de 2024, as investigações revelaram que duas certificações de dívida ativa, totalizando aproximadamente R$ 13 milhões, foram canceladas a pedido da empresa, sem embasamento legal ou respeito ao rito processual. O servidor investigado teria uma forma ágil e distinta do padrão em casos semelhantes, favorecendo a empresa e violando o princípio da isonomia.
Repercussão
A Secretaria de Economia informou, em nota, que o servidor investigado já estava aposentado e não ocupava cargos em comissão na gestão atual. A pasta destacou sua colaboração com as investigações da PCDF.
Já o Grupo Dia a Dia negou qualquer envolvimento no caso. Em comunicado oficial, a empresa afirmou que “repudia práticas ilícitas” e garantiu o cumprimento de todas as obrigações legais, destacando sua confiança no trabalho das autoridades e afirmando que a acusação é improcedente.
Nota do Grupo Dia a Dia
“O grupo Dia a Dia repudia toda e qualquer prática ilícita, envolvendo corrupção ativa ou passiva, fraude ou outra configuração de crime contra os mecanismos legais da legislação brasileira.
Somos uma empresa idônea, com mais de 10 anos de mercado, nos quais foram prezados o cumprimento integral das obrigações legais, constituições privadas e públicas. Configurando, portanto, como um dos principais contribuintes do Distrito Federal.
Para isso, acreditamos no trabalho das autoridades, cientes de que, mais uma vez, a empresa será inocentada, pois não existe vínculo algum com a denúncia supracitada.
Reforçamos ainda que não haverá afastamento de funcionário, uma vez que a acusação é improcedente. Certos disso, nosso maior compromisso é com os nossos clientes, oferecendo o melhor atendimento e experiência de compra.”
De acordo com a PCDF, As investigações continuam para identificar outras pessoas envolvidas e práticas semelhantes.
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Da Redação do Agenda Capital