Governador do DF Ibaneis Rocha.

A Polícia Federal enviou ao STF o relatório da perícia dos celulares de Ibaneis. O governador do DF foi afastado do cargo

Por Delmo Menezes

A Polícia Federal realizou uma perícia nos dois telefones do governador Ibaneis Rocha e os resultados apontaram que ele não teve nenhuma participação ou responsabilidade nos atos que ocorreram no dia 08 de janeiro em Brasília. De acordo com a investigação, o governador não teve nenhum contato com os envolvidos nos eventos de violência e não há nenhuma mensagem ou ligação que possa ligá-lo aos fatos.

A perícia foi realizada com o objetivo de esclarecer a participação do governador nos acontecimentos e, após análise detalhada dos dados, ficou claro que ele não teve qualquer envolvimento nos atos golpistas. A investigação também reforçou a posição do governador de que ele sempre se pautou pela legalidade e pelo respeito à democracia e à Constituição.

Assinado pelo agente da PF Daniel Dutra Araújo e incluído no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), o relatório aponta: “Pela análise da mídia disponível, considerando todo exposto, de forma cronológica, a investigação não revelou atos do Governador Ibaneis em mudar planejamento, desfazer ordens de autoridades das forças de segurança, omitir informações a autoridades superiores do governo federal ou mesmo de impedir a repressão do avanço dos manifestantes durante os atos de vandalismo e invasão”.

O documento da Polícia Federal foi disponibilizado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (9/2). O relatório, ao qual a reportagem teve acesso, aponta que Ibaneis fez e recebeu um total de 36 ligações telefônicas entre a véspera da invasão, em 7 de janeiro, e a data dos atos, no dia 8/1.

Segundo a PF, após às 15h30 do dia 8/1, quando os atos extremistas estavam em andamento, é possível perceber todo o trato que Ibaneis teve diante da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

A Polícia Federal listou as conversas de Ibaneis com jornalistas, autoridades do STF, do Congresso, integrantes do governo e advogados.

Ligações 

Na véspera dos ataques, Ibaneis manteve uma conversa de 38 segundos com o então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres. A ligação é originada por Anderson que, em seguida, envia ao governador o contato de seu adjunto, o delegado Fernando de Sousa Oliveira.

A partir desse momento, Ibaneis passa a ter o delegado como pessoa de referência da Secretaria de Segurança e até compartilhou o contato de Fernando Oliveira com o ministro da Justiça, Flávio Dino, junto com uma mensagem de que o secretário em exercício já havia tomado todas as providências para conter os manifestantes que se preparavam para ir à Esplanada naquele domingo (08).

Ainda na véspera, Ibaneis conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e garantiu que todo o efetivo policial seria empregado para evitar conflitos na Praça dos Três Poderes. Ele também garantiu ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que as providências estavam sendo tomadas pela Secretaria de Segurança Pública.

No dia 8, às 9h18, Ibaneis recebe informações do delegado Fernando Oliveira a respeito dos ônibus que estavam chegando a Brasília para participar das manifestações e do acampamento em frente ao QG do Exército.

Em áudio encaminhado ao governador, Fernando Oliveira afirma que o clima era de tranquilidade.

A partir de 16h25, quando o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso já estavam invadidos, Ibaneis recebe mensagens da presidente do STF, Rosa Weber, sobre os atos golpistas.

A partir de 16h39, Ibaneis passa a determinar de forma imperativa ao delegado Fernando Oliveira sobre a necessidade de apoio da Força Nacional e do Exército, o que é quase que imediatamente solicitado por Ibaneis ao ministro Flávio Dino.

No fim da tarde desta quinta-feira (09/02), Alexandre de Moraes autorizou a devolução dos dois celulares do governador afastado.

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Da Redação do Agenda Capital

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