Greve dos caminhoneiros. Foto: Reprodução

Por Redação

A Petrobras decidiu reduzir o preço do diesel em 10% nas refinarias, em meio a uma greve de caminhoneiros que já dura três dias, de acordo com comunicado divulgado na noite desta quarta-feira (23). Com isso, o preço cairá para R$ 2,1016 o litro e permanecerá inalterado por 15 dias, informou a estatal.

A medida, segundo a Petrobras, é de caráter excepcional e visa permitir que o governo e os representantes dos caminhoneiros tenham tempo para negociar um acordo. Após os 15 dias, a estatal retomará aos poucos sua política de reajustes dos preços dos combustíveis.

A redução de 10% não se aplica à gasolina, que também tem os preços nas refinarias controlados pela Petrobras.

Na manhã desta quarta, a Petrobras já havia anunciado uma redução de 1,15% no preço do diesel, a R$ 2,3083 por litro, enquanto a gasolina foi baixada em 0,62%, para R$ 2,0306 por litro. Os novos preços entram em vigor a partir desta quinta-feira (24).

Isso não significa necessariamente que as mudanças chegarão ao consumidor final na bomba. Os postos são livres para aplicar ou não o reajuste, e na porcentagem que desejarem.

Redução será mantida com ou sem greve, diz Parente

Em entrevista coletiva, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a decisão de cortar o diesel em 10% não será revertida antes dos 15 dias, seja qual for a reação dos caminhoneiros –de manterem ou encerrarem a paralisação.

“Não foi uma decisão fácil, mas foi acertada, considerando o momento do país”, disse Parente, acrescentando que a independência da Petrobras sobre os preços dos combustíveis não foi arranhada.

O presidente da estatal declarou, ainda, que a queda de receita com a redução do preço do diesel será de R$ 350 milhões, com um impacto no caixa da empresa de R$ 100 milhões.

Reunião com caminhoneiros não teve acordo

Na tarde desta quarta (23), o governo se reunião com líderes dos caminhoneiros para tentar encontrar uma solução para a greve. O encontro, no entanto, terminou sem acordo. Uma nova reunião foi marcada para a tarde desta quinta-feira.

Após a reunião, o presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), Diumar Bueno, afirmou que o governo não apresentou nenhuma proposta aos caminhoneiros.

“O governo veio mais justificar a impossibilidade de atender às reivindicações da categoria”, disse. “Ele sentiu o peso do movimento, que está tomando conta do país, e jogamos a responsabilidade para eles, porque eles foram avisados há mais ou menos um mês.”

Greve dos caminhoneiros. Foto: Reprodução

Greve de caminhoneiros provoca falta de combustível em SP e no Rio

Nas capitais paulista e fluminense, paralisação deve afetar circulação de ônibus nesta quinta-feira, 24

Os caminhoneiros seguem em protesto em pelo menos 20 Estados do País contra a alta do diesel. Este é o 3º dia de manifestações que já afetam mais de 200 trechos de rodovias federais.

Em São Paulo, os postos do interior e do Vale do Paraíba começam a ficar sem combustível nas bombas. No Rio, o diesel não chegou às garagens de ônibus, e motoristas enfrentaram filas em vários postos. A paralisação também afetou a entrega dos Correios que suspenderam temporariamente as postagens.

Após reunião com o governo na tarde desta quarta-feira, 23, a associação que representa caminhoneiros (Abcam) decidiu manter a greve.  Ontem, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, anunciou que o governo fechou um acordo para eliminar a Cide incidente sobre o diesel. Mesmo com as negociações, os protestos devem continuar.

No fim do dia, a Petrobrás decidiu reduzir em 10% o valor médio do diesel comercializado em suas refinarias, equivalente a R$ 0,2335 por litro para as distribuidoras. Para o consumidor, o impacto pode chegar a uma redução de R$ 0,25 na bomba.

No Recife ao litro de gasolina chegou a custar R$ 8,99.

Após três dias de paralisação de caminhoneiros, que começaram a provocar situações de desabastecimento em todo o País, a Petrobrás anunciou uma redução de 10% nos preços do óleo diesel na refinaria e um congelamento desses preços por 15 dias. Os sucessivos aumentos do diesel desde o ano passado foram o motivo do protesto organizado pelos caminhoneiros.

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira, 23, em votação simbólica, o texto-base do projeto reduz a desoneração da folha de pagamento para alguns setores da economia. A proposta aprovada também prevê zerar, até o final deste ano, a PIS-Cofins que incide sobre o óleo diesel. A medida foi incluída de terça para quarta no texto como um aceno aos caminhoneiros, que paralisaram as atividades em todo o País em protesto contra a alta no preço dos combustíveis.

Da Redação com informações do Estadão

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here