Investigadores fazem busca na casa do vereador na esteira da investigação sobre suposta espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência do governo Jair Bolsonaro; o parlamentar ainda não se manifestou sobre as diligências
Por Redação
A Polícia Federal realiza na manhã desta segunda-feira, 29, novas diligências no bojo da investigação sobre suposta espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência no governo Jair Bolsonaro. Segundo o blog da jornalista Andrea Sadi, no G1, um dos alvos da apuração é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). A informação foi confirmada pelo Estadão. Ainda de acordo com a Globonews, o filho ‘02′ do ex-presidente teria recebido informações da suposta ‘Abin paralela’.
A operação é um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, que vasculhou 21 endereços no último dia 25. O principal alvo da ofensiva foi o ex-diretor da Abin na gestão Bolsonaro e hoje deputado federal Alexandre Ramagem. A investigação se debruça sobre a suspeita de que a Abin teria sido usada ilegalmente para atender a interesses políticos e pessoais do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua família.
A PF foi às ruas na manhã desta segunda para vasculhar endenreços no Rio de Janeiro (5), Angra dos Reis (1), Brasília (1), Formosa (GO-1) e Salvador (1). A nova etapa do inquérito mira o ‘grupo político’ vinculado aos servidores da Abin sob suspeita. A PF quer identificar os ’principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente’.
A Operação Vigilância aproximada, por sua vez, é uma continuação da Operação Última Milha, que, em outubro de 2023, chegou a prender servidores da Abin que usaram indevidamente o sistema de geolocalização de celulares do órgão para coerção. À época, a reportagem mostrou como a ofensiva ligou um sinal de alerta para o vereador Carlos Bolsonaro, que hoje é alvo de buscas.
Na noite de domingo (29), o ex-presidente participou de uma transmissão ao vivo ao lado dos filhos Carlos, Eduardo e Flávio. Na ocasião, o ex-mandatário afirmou que Ramagem é “um cara fantástico” e chamou de “narrativa” a questão da “Abin paralela”.
Nesta nova fase, a PF busca identificar os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente pela Abin por meio de ações clandestinas.
De acordo com a PF, os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial, ou com objetivos não autorizados em lei.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre a operação até a última atualização desta reportagem.
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Da Redação do Agenda Capital