Ex-diretor-geral da PCDF, Robson Cândido. Foto: Reprodução.

Ex-diretor da Polícia Civil do DF é acusado de usar a estrutura da corporação para perseguir mulher

Por Redação

O ex-diretor-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido, foi preso na manhã deste sábado (04/11) a pedido dos promotores do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP/MPDFT), com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPDFT) e do Centro de Inteligência (CI/MPDFT).

Segundo o pedido feito pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e acatado pelo Justiça, Robson teria utilizado a estrutura da corporação para obter informações sobre a mulher. Ele, inclusive, teria colocado o nome da vítima como alvo de operações em curso, para que ela fosse monitorada. No entanto, de acordo com os promotores do caso, não haveria nenhuma relação entre ela e os outros investigados.

A denúncia relata ainda que a manobra teria sido realizada por Robson Cândido e o delegado-chefe da 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Norte), Thiago Peralva. Os dois teriam utilizado viaturas descaracterizadas e celulares corporativos, além de supostamente colocar o número da vítima em um.

A operação, deste sábado, teve apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPDFT e contou com a presença de dois promotores do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) do MPDFT e 20 policiais. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas dependências da 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Norte), comandada, atualmente, pelo delegado Thiago Peralva. Até o momento, foram apreendidos computadores, HD, Go Pro e pen drives.

A prisão foi decretada pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Águas Claras. Além da prisão do ex-delegado-geral, os promotores e policiais civis cumprem dois mandados de busca e apreensão. Um dos alvos é a 19ª Delegacia de Polícia (DP), de Ceilândia.

As investigações tiveram início a partir da notícia da exoneração de Robson Cândido. Segundo a apuração do Ministério Público, os investigados utilizaram a estrutura da própria Polícia Civil, como viaturas descaracterizadas, celulares corporativos e carros oficiais, para fins ilícitos e particulares.

A ação desta manhã foi denominada pelos promotores de Justiça como Operação Vigia (uma alusão ao software de mesmo nome usado para interceptar o telefone da ex-namorada de Robson Cândido).

De acordo com as apurações, os agentes públicos investigados promoveram de forma clandestina e criminosa a interceptação telemática da ex-namorada de Robson, monitorando sua localização em tempo real no sistema VIGIA para, de posse das informações obtidas ilegalmente, praticarem o crime de stalking e a violência psicológica.

Segundo a investigação, o delegado-chefe da 19ª DP, Thiago Peralva Barbirato, valendo-se de operação de interceptação em curso em uma das Vara de Entorpecentes do Distrito Federal, teria inserido no sistema o prefixo telefônico da vítima. Os promotores de Justiça também cumpriram busca e apreensão na casa de Peralva, em Águas Claras.

Na investigação, foram colhidos elementos que apontam a existência dos crimes de interceptação telefônica ilegal, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, invasão de dispositivo de informática e descumprimento de medida protetiva de urgência.

O advogado Cleber Lopes, que representa Robson Cândido, disse a reportagem que ainda tem todas as informações. Ele vai entrar com pedido de habeas corpus para relaxamento da prisão na segunda-feira quando encerrar o plantão do fim de semana e o juiz natural da causa puder avaliar as argumentações da defesa.

Entenda o caso

Robson Cândido deixou o cargo de diretor geral da PCDF em 2 de outubro, após ser denunciado pela esposa e uma outra mulher, que alega ser ex-amante do delegado. Em seguida, ele se aposentou – o ato da aposentadoria do ex-diretor foi publicado no dia 17 de outubro.

A esposa e a outra mulher procuraram a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, na Asa Sul, e acusaram o delegado de perseguição e ameaças.

Segundo a mulher, Robson não teria aceitado o término do suposto relacionamento e passou a persegui-la em diversos lugares. Ainda de acordo com o relato dela, o ex-diretor da PCDF “sempre demonstrava saber onde ela estava e o que fazia”.

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Da Redação do Agenda Capital / CB

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