CoronaVac, Instituto Butantan Imagem: ALOISIO MAURICIO/ESTADÃO CONTEÚDO

O Butantan informou já ter concluído a entrega de 100 milhões de doses contratadas pelo governo federal. E que não houve acordo para a compra das 30 milhões de doses que estavam em tratativas

Por Redação

O Ministério da Saúde não pretende renovar o contrato com o Instituto Butantan para adquirir doses da CoronaVac, disseram ao Valor fontes com conhecimento do tema.

O assunto foi debatido ontem durante reunião entre técnicos da pasta, do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde) e do Conasems (Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde). O ministério alegou no encontro que a vacina não pode ser usada como dose de reforço na vacinação para idosos e pessoas com comorbidades.

A decisão ainda não foi oficialmente comunicada. A medida, segundo apurou o Valor, tem o apoio de gestores municipais e estaduais por essa razão. E também, segundo avaliam, há uma rejeição de parte da população ao imunizante.

Segundo dados da Saúde, o país já contratou 100 milhões de doses da CoronaVac, sendo que as últimas 7.115.652 de doses seriam recebidas neste mês. Havia ainda tratativas para outras 30 milhões de doses.

A CoronaVac deu início à imunização contra a covid-19 no país e foi por meses usada como trunfo político pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rival político do presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro, por sua vez, vem criticando reiteradamente o imunizante, que ele diz não ter “eficácia comprovada” contra a covid-19. Entretanto, o imunizante recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial no país.

As críticas do presidente aumentaram depois que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, testou positivo para o coronavírus durante viagem com Bolsonaro a Nova York. O ministro permanece em quarentena na cidade americana desde a última terça-feira, quando fez o teste.

Na semana passada, o Ministério da Saúde notificou o Butantan por iniciar a venda da vacina antes de concluir a entrega das 100 milhões de doses ao governo federal, quebrando uma cláusula de exclusividade que existe no contrato.

A notificação ocorreu depois que o Butantan anunciou a venda direta de 2,5 milhões de doses aos Estados do Ceará, Espírito Santo, Pará, Piauí e Mato Grosso.

O Butantan informou ao Valor já ter concluído a entrega de 100 milhões de doses de CoronaVac contratadas pelo governo federal. E que não houve acordo com o Ministério da Saúde para a compra das 30 milhões de doses que estavam em tratativas.

Questionado pela reportagem, o Ministério da Saúde ainda não se pronunciou.

Com G1

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