Em protesto na frente do palácio presidencial, em Cabul, afegãs exibem respeito aos seus direitos por governo do Talibã Crédito: Sayed Khodaiberdi Sadat - 17.ago.2021/Anadolu Agency via Getty Images

Parte da família do editor da emissora Deutsche Welle (DW) conseguiu fugir do ataque; há relatos de que o grupo islâmico tem revistado casas

Por Redação

O Talibã matou um membro da família de um jornalista da Deutsche Welle (DW), disse a emissora internacional alemã. Em um artigo publicado nesta quinta-feira (19), a DW afirmou que combatentes do grupo procuravam por um de seus jornalistas no Afeganistão e confirmaram que um parente do jornalista foi morto a tiros, deixando outra pessoa gravemente ferida. 

Segundo a DW, outros parentes conseguiram escapar e fogem do local desde o ataque. “O assassinato de um parente próximo de um de nossos editores pelo Talibã é inconcebivelmente trágico e testemunha o perigo agudo em que se encontram todos os nossos funcionários e suas famílias no Afeganistão”, disse o diretor-geral da DW, Peter Limbourg, no artigo. 

Morador de Cabul, no Afeganistão, tira selfie com militantes do Talibã que patrulham cidadeCrédito: Rahmat Gul – 19.ago.2021/AP

“É evidente que o Talibã já está realizando buscas organizadas de jornalistas, tanto em Cabul quanto nas províncias. Nosso tempo está acabando!”, afirmou Limburg. O artigo acrescenta que as casas de pelo menos três jornalistas da DW foram revistadas pelo Talibã.

O porta-voz de imprensa da DW, Christoph Jumpelt, disse à CNN em um comunicado por escrito que ”neste momento não estamos dando declarações individuais relativas ao trágico evento envolvendo os parentes de um de nossos jornalistas.”

No último domingo (15) – o dia em que Cabul caiu nas mãos do grupo islâmico – a DW e outros grandes meios de comunicação alemães instaram o governo alemão a ajudar a evacuar seus funcionários afegãos para a Alemanha.

Em uma carta aberta à chanceler alemã Angela Merkel e ao ministro das Relações Exteriores Heiko Maas, os principais jornais alemães, bem como emissoras públicas e comerciais, incluindo DW e a agência de notícias DPA, solicitaram uma evacuação rápida de seus jornalistas afegãos cujas vidas estavam em perigo. 

Combatentes do Talibã patrulham as ruas de Cabul nesta quinta-feira (19)Crédito: Rahmat Gul – 19.ago.2021/AP

Eles também pediram um programa de visto de emergência para permitir que seus funcionários emigrassem para a Alemanha. Os signatários da carta avisaram que “as vidas desses funcionários autônomos estão agora em grave perigo”.

“Até a vida em Cabul se tornou extremamente arriscada para funcionários de organizações de mídia internacionais. Após a retirada das tropas internacionais, incluindo tropas alemãs, há preocupações crescentes de que o Talibã se vingue de nossos funcionários”, disse a carta.

A carta acrescenta que dezenas de jornalistas foram assassinados nos últimos anos, pelo Talibã, pelo “Estado Islâmico” ou por pessoas desconhecidas – e quase nunca o governo identificou os autores.

“É preciso temer que agora esses assassinatos aumentem dramaticamente – e muitos de nossos funcionários estão em risco. Os funcionários que desejam deixar o país enfrentam perseguição, prisão, tortura e morte. Portanto, pedimos que aja rapidamente”, imploram os signatários da carta.

A chanceler alemã descreveu a tomada do Afeganistão pelo grupo como “amarga, dramática e terrível” e enfatizou a importância de evacuar o maior número possível de afegãos, que apoiaram os esforços civis e militares alemães no país.

Com CNN Internacional

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