Gestores que atuaram na linha de frente durante a primeira onda da covid-19 no HRAN. Foto: Delmo Menezes/Agenda Capital.

Com o título “O Impacto da Tomografia Computadorizada de Tórax em um Hospital de Referência COVID-19 – Primeira Onda – Distrito Federal – Brasil, a principal revista científica do mundo a The Lancet, reconhece o trabalho desenvolvido pela equipe multidisciplinar do Hospital Regional da Asa Norte-HRAN, durante a primeira onda da pandemia da Covid-19.

Por Delmo Menezes

Muito se fala dos problemas da saúde pública na capital do país, que não são poucos, porém há que se destacar o trabalho desenvolvido pela equipe multidisciplinar do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), que durante a Primeira Onda da Pandemia do Novo Coronavírus, foi referência não somente no Distrito Federal, mas em todo o país.

No início da pandemia da Covid-19, foi criado um Gabinete de Crise pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) no HRAN, que durante os duzentos dias da pandemia, tem se mostrado eficiente nos resultados obtidos, e com uma gestão de fazer inveja até mesmo aos melhores hospitais da Europa no combate ao vírus.

De acordo com dados fornecidos pelo hospital, cerca de 98% dos pacientes que foram internados na primeira fase da Covid-19, se recuperaram.

Dr. Paulo Feitosa, chefe da pneumologia do HRAN

Podemos destacar alguns nomes que estiveram na linha de frente do enfrentamento à pandemia no HRAN durante a primeira onda: Dr. Paulo Feitosa (pneumologista), Dr. Ricardo Monteiro (urologista), Dr. Pedro Zancanaro (dermatologista e diretor de assistência), Dr. João Eudes (farmacêutico), Dr. Adriano Ibiapina (cirurgião-geral), Dr. Ulysses de Castro (diretor do hospital), Dr. Carlos Portilho (superintendente do hospital), Ubiratan Gonçalves (servidor da radiologia), além de outros profissionais que atuaram de forma brilhante salvando centenas de vidas.

O reconhecimento desses profissionais veio agora com a publicação em uma das maiores revistas científicas do mundo, a The Lancet.

De acordo com a publicação, o tratamento oferecido pela equipe do Hospital Regional da Asa Norte – HRAN, que foi referência no Distrito Federal no tratamento da Covid-19, demonstra precisão no diagnóstico para Covid-19.

Dr. Ulysses de Castro, na época era o diretor do HRAN

O HRAN foi um dos primeiros a tratar os pacientes ainda na fase da tempestade inflamatória da doença, a entrar com medicamentos à base de corticoide para poder diminuir as complicações. “Foram criados vários protocolos pela equipe multidisciplinar do hospital. Protocolo de medicação, de exame de imagem para fixação de diagnóstico, de exame de laboratório, de fluxo limpo dentro do hospital, de protocolo sobre como lidar com os óbitos, dentre outros”, disse o Dr. Ulysses de Castro, ex-diretor-geral do Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília-DF, durante a primeira onda da pandemia do novo coronavírus.

Leia abaixo a íntegra da publicação da conceituada revista

Resumo

Objetivos: Avaliar a acurácia diagnóstica da TC de tórax para o diagnóstico de COVID-19 associado à apresentação clínica e em relação à PCR-RT. Serão avaliados sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo, sexo, faixa etária e grau de acometimento pulmonar. 

Métodos: Avaliamos 1.545 pacientes com suspeita de COVID-19 com TC de tórax, delineando a faixa etária e grau de envolvimento pulmonar, e 306 pacientes com suspeita de COVID-19 com TC de tórax e PCR-RT, delineando sensibilidade, especificidade, acurácia, prevalência, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo.  

Resultados: Dos 1.545 exames, 53% eram homens e 47% eram mulheres, houve maior acometimento na faixa etária de 50 a 59 anos. No estudo pulmonar, 32,45% eram normais, 12,50% eram outras doenças e 55,05% eram COVID-19. Quanto ao grau de acometimento pulmonar, 37,70% foram leves (até 25% da área pulmonar), 35,76% moderados (25 a 50% da área pulmonar) e 26,54% graves (entre 50 e 100%). Na distribuição por faixa etária dos pacientes acometidos pela covid-19, houve maior acometimento entre 50-59 anos com 56% dos pacientes classificados entre moderado (27,6%) e grave (28,0%). Entre tomografia e PCR-RT, a sensibilidade foi de 68,8%, especificidade 59,5%, acurácia 91,3%, com prevalência 31,9%, valor preditivo positivo 44,3% e valor preditivo negativo 80,3%, no sexo feminino, sensibilidade 55,3%, valor preditivo positivo 37,1% ,

Conclusões: A sensibilidade e acurácia da TC em relação à PCR-RT foi significativa, destacando que a PCR-RT é de difícil execução e pode ter afetado os resultados obtidos, reduzindo a sensibilidade por PCR-RT falso negativo. A sensibilidade aumenta com a prevalência e é mais significativa na faixa etária mais avançada e nos homens, que são mais acometidos nesta patologia.

Informações de financiamento: Nenhuma.

Declaração de Interesses: Nenhum.

Declaração de Aprovação Ética: O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Ensino e Pesquisa FEPECS/Escola Superior de Ciências da Saúde ESCS. Todos os participantes foram dispensados ​​de assinar o termo de consentimento livre e esclarecido.

Palavras-chave: Tomografia Computadorizada, Sensibilidade, Especificidade, COVID-19, Reação em Cadeia da Polimerase Transcriptase Reversa, PCR-RT, Prevalência, Faixa Etária.

Citação sugerida:

Souza, Gleim Dias de e Queiroz de Souza, Luciana Rodrigues e Gomes de Souza, Gabriela e Souza, Thales Queiroz e Castro, Ulysses Rodrigues e Ibiapina, Adriano Guimarães e Feitosa, Paulo Henrique Ramos e Ajzen, Sergio Aron, The Impact of Chest Computed Tomografia em Hospital de Referência COVID-19 – Primeira Onda – Distrito Federal – Brasil. A publicação original está disponível em:

SSRN: https://ssrn.com/abstract=4005199 ou http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.4005199

Fonte: The Lancet

Da Redação do Agenda Capital

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