ESIM - P√O DE A«UCAR - 21/10/2009 - AbÌlio Diniz Foto: Masao Goto Filho / e-SIM

Por Chiara Quintão

 

O empresário Abilio Diniz, presidente do conselho de administração da BRF e sócio do Carrefour, afirmou que, se não se tomar cuidado, o pior período do Brasil tende a ser agora. O empresário participou de evento da incorporadora Cyrela sobre perspectivas para o Brasil e a importância do empreendedorismo, realizado na noite de segunda-feira em São Paulo.

Diniz contou que, nas palestras em que realizou até 2015, dizia que esta não era a crise mais difícil pela qual havia passado, mas agora já não pode afirmar o mesmo.

Até então, de acordo com o empresário, o momento mais difícil havia sido no início da década de 1980, com o choque do petróleo, quando a inadimplência cresceu muito. Se o Brasil tivesse deixado de pagar os credores, naquele momento, segundo Diniz, teria se tornado uma Argentina.

Na sequência, houve o período da hiperinflação, os planos econômicos do governo de José Sarney, e o confisco da poupança na gestão de Fernando Collor de Mello. Diniz avalia o período em que Fernando Henrique Cardoso esteve na presidência do país como muito bom, calmo e tranquilo.

Em relação ao governo do PT, o empresário citou que os oito anos de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente possibilitaram uma transformação do país, com saída de número expressivo de pessoas da linha da pobreza.

Diniz afirmou que crises passam e que a atual passará, embora não se saiba quando. Em momentos de crise, empresários devem dar prioridade ao caixa e não ficar reclamando da situação, segundo ele. O empresário contou que, na crise de 2008, o Grupo Pão de Açúcar fez caixa e, no fim de 2009, o tamanho da companhia havia dobrado.

Segundo Diniz, o varejo é um dos negócios mais complexos que existem, mas se deparou com outro setor também complexo ao ingressar no conselho da BRF. Ele afirmou que todas as empresas são iguais, ao abrangerem gente e processos. Colocar as pessoas nos lugares certos e organizar os processos é o que permite seguir em frente, independentemente do setor, conforme o presidente do conselho da BRF.

O empresário afirmou que sua crença em Deus e o amor que sente por sua família e pelo país são mais do que dogmáticos. Segundo ele, o país tem total condição de se recuperar muito mais rapidamente do que é possível imaginar. Há uma quantidade enorme de investidores prontos para vir para o Brasil quando o país se estabilizar, conforme o empresário.

Conforme Diniz, para empreender é preciso ter coragem e resiliência de superar dificuldades e crises. O empresário contou que nasceu em uma família humilde e não se lembra de ter desistido de nada na vida, mas sim de ter chegado à conclusão que tomaria outro rumo. Cada um escolhe o que quer ser na vida e luta por isso, segundo o empresário.

Diniz citou que há governos que acreditam que empresários não podem ser aliados, outros que acham que isso é possível por conveniência e aqueles que consideram que o livre mercado é o motor mais forte para mover a economia. Ele ressaltou que acredita nesta terceira opção e disse que o governo Lula, apesar de seus defeitos e problemas, fez com que a atividade econômica gerasse um sentido para o país.

Já no governo da presidente Dilma Rousseff, de acordo com Diniz, as coisas estão mais difíceis para os empresários.

Da Redação / Chiara Quintão

Delmo Menezes
Gestor público, jornalista, secretário executivo, teólogo e especialista em relações institucionais. Observador atento da política local e nacional, com experiência e participação política.

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