Por Redação 

Após 13 dias de paralisação, policiais militares decidiram encerrar na noite deste domingo (1) o motim que resultou em um aumento da criminalidade no estado. A informação foi confirmada por representantes dos policiais militares. 

Representantes do governo e dos amotinados chegaram a um acordo que não prevê anistia. Os processos disciplinares sobre os PMs que participaram do movimento serão acompanhados por uma comissão externa formada por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, Defensoria Pública e do Ministério Público para que seja observado o devido processo legal em cada caso.

De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, o estado viveu o período mais violento deste ano: as 29 mortes registradas entre as 6h de quarta-feira (dia 19) e às 6h de quinta (20) extrapolam a média de 6 assassinatos por dia registradas no estado de 1º de janeiro a 18 de fevereiro. Na semana passada, homens encapuzados fecharam a base na Ciopaer (Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas) e o BPRaio (Batalhão de Ronda e Ações Intensivas e Ostensivas) em Sobral (a 270 km de Fortaleza), cidade onde o senador Cid Gomes (PDT-CE) foi baleado, após tentar entrar em um quartel com uma retroescavadeira.

Diante do impasse nas negociações entre governo estadual e grevistas, o presidente Jair Bolsonaro decidiu assinar um novo decreto para estender por mais uma semana a operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no Ceará. A operação se estenderá até a próxima sexta-feira (6).

O governador Camilo Santana (PT) havia solicitado a renovação da medida, que autoriza a presença das Forças Armadas no estado, por mais 30 dias. O Planalto, porém, avaliou que a medida deva ser usada em caso de extrema urgência. Segundo integrantes do governo, há um temor de banalização do uso da operação.

O ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou ontem que o motim de policiais militares no Ceará era “ilegal”, durante palestra realizada no Consud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste). Hoje, após a divulgação do fim da paralisação, Moro afirmou que “prevaleceu o bom senso”.

Negociação final durou sete horas 

A proposta de acordo foi entregue aos PMs por uma comissão formada por membros do governo cearense, do Poder legislativo e Judiciário do estado. A reunião demorou cerca de sete horas. Após esse encontro, os amotinados realizaram uma assembleia que durou uma hora e meia e resultou no fim da paralisação. Um dos líderes do movimento, Cabo Sabino, se posicionou contra o encerramento do motim. De posse do microfone, ele afirmou que “vocês [os PMs} acabaram de assinar minha demissão”.

Com informações do Uol

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