Investigação revela rede complexa que se aproveitava de candidaturas fictícias para desviar recursos públicos e privados
Por Redação
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (12/6) a Operação Fundo no Poço, com o objetivo de desarticular organização criminosa responsável por desviar e se apropriar de recursos do fundo partidário e eleitoral nas eleições de 2022, destinados a um partido político.
A operação conjunta da Polícia Federal, desvendou um esquema criminoso de proporções nacionais que foi desarticulado. As investigações apontam que o grupo atuava em diferentes estados do país, utilizando candidaturas de laranjas para desviar e se apropriar de recursos dos fundos partidário e eleitoral.
Além da fraude eleitoral, a organização também é suspeita de superfaturar serviços contratados junto a consultorias jurídicas e de desviar verbas destinadas à Fundação de Ordem Social (FOS), ligada ao antigo PROS e posteriormente incorporada ao Solidariedade.
Modus Operandi
A PF identificou que o grupo recrutava pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica para figurar como candidatos fictícios. Em troca de um valor irrisório, esses laranjas cediam seus nomes, documentos e dados pessoais para a criação de candidaturas.
Com o controle dessas candidaturas, o grupo criminoso se apropriava dos recursos do fundo eleitoral e partidário destinados às campanhas. Para ocultar a origem ilícita do dinheiro, os recursos desviados eram lavados por meio da criação de empresas de fachada, compra de imóveis em nome de terceiros e superfaturamento de serviços prestados aos laranjas e ao próprio partido.
A investigação durou meses e contou com a colaboração de diversas unidades da Polícia Federal, além do apoio de órgãos de controle como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Ministério Público Eleitoral (MPE). As ações da PF visaram coletar provas e prender os envolvidos no esquema criminoso.
Por meio de Relatórios de Inteligência Financeira e da análise de prestações de contas de supostos candidatos, foram localizados indícios que apontam para existência de uma organização criminosa estruturalmente ordenada com o objetivo de desviar e se apropriar de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral, utilizando-se de candidaturas laranjas ao redor do país, de superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) – fundação do partido.
Estão sendo cumpridos sete mandados de prisão preventiva, 45 mandados de busca e apreensão em dois estados (GO e SP) e no DF, bloqueio e indisponibilidade de R$ 36 milhões e o sequestro judicial de 33 imóveis, deferidos pela Justiça Eleitoral do DF.
Um dos alvos da operação é Eurípedes Gomes Júnior, atual presidente nacional do Solidariedade. Também são alvos:
– Cintia Lourenço da Silva, primeira tesoureira do Solidariedade. Ela foi presa
– Alessandro, o Sandro do PROS, que foi candidato a deputado federal. Também foi preso
– Berinaldo da Ponte, ex-deputado distrital
Desdobramentos e Impacto da Operação
De acordo com a PF, com a desarticulação do grupo, espera-se que o dinheiro desviado seja recuperado e que os responsáveis sejam punidos de acordo com a lei. A operação também serve como um alerta para os perigos da fraude eleitoral e da lavagem de dinheiro, crimes que corroem a democracia e prejudicam a sociedade como um todo.
Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.
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Da Redação do Agenda Capital