Maior colégio eleitoral fora do Brasil, Lisboa registra filas de mais de um quilômetro em frente ao local de votação. Não houve nenhum incidente pela manhã

Por Redação 

Lisboa — Os brasileiros que moram em Lisboa e em suas cercanias aproveitaram o dia ensolarado para sair cedo de casa e cumprir o dever cívico de votar nas eleições presidenciais. Estão aptos a cravarem suas escolhas nas urnas eletrônicas 45.273 cidadãos. Trata-se do maior colégio eleitoral fora do Brasil. Desde antes da abertura da votação, as filas estavam imensas, mas sem nenhum tumulto. Segundo o cônsul-geral do Brasil em Lisboa, embaixador Wladimir Valler Filho, somente na primeira hora, 5 mil eleitores já tinham votado, mais de 20% dos 20.266 que compareceram às urnas no primeiro turno.

Com isso, Valler Filho não acredita que haverá necessidade de se ampliar o horário de funcionamento das 118 seções eleitorais. Na primeira rodada das eleições, a votação se estendeu por três horas além do previsto. “Tudo está transcorrendo bem, com agilidade para votação, apesar do grande afluxo de pessoas”, afirmou. Ele destacou ainda que todas as 58 urnas estão funcionando normalmente. Por precaução, porém, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviou cinco urnas reservas dentro de um plano de contingência.

A votação ocorre na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Estima-se que a fila passe de um quilômetro. Mas os eleitores não se incomodam. “Está bem melhor do que no primeiro turno”, disse Renata Guerra, 53 anos, que declarou voto no presidente Jair Bolsonaro, do PL. Para ela, os atuais números do governo na economia justificam a sua opção. “Não tem a roubalheira dos governos do PT”, frisou. No primeiro turno, porém, o candidato petista, Luiz Inácio Lula da Silva, venceu com grande margem: 12.153 votos ante 6.068 de Bolsonaro.

Na avaliação da professora Joana Angélica, 53, Lula voltará a ganhar em Lisboa e no Brasil. “Vim da Inglaterra para Lisboa para votar em Lula”, afirmou. Eliana Ridol, 41, também optou pelo petista. “Participo de campanhas eleitorais desde 1989, e essa é a mais importante da história do país”, ressaltou. Acompanhada da filha Luna, 9, ela assinalou que Bolsonaro governou nos últimos quatro anos a base de fake News. “Lula vai ganhar para mudar isso. Tenho certeza”, frisou.

Inês Santana, 46, disse que estava com o coração apertado, mas tinha confiança de que Lula será eleito. “Quem está hoje no comando do país não representa a população brasileira. O Brasil é um país maravilhoso, por isso, estou com muita esperança de que Lula vai ganhar e mudar a história do nosso país”, enfatizou. Tanto ela quanto Eliana reconhecem que a decisão será voto a voto. “Vai ser apertado, mas Lula ganhará”, reforçou Inês.

Para o casal Inaldo e Beth Lima, a vitória será de Bolsonaro. “Ele representa o futuro do nosso país, mais segurança, saúde e educação melhores”, afirmou ele. “Bolsonaro é a garantia de um país para todos, ao contrário de um governo de esquerda”, acrescentou ela. “Com Bolsonaro, o Brasil será como a Dinamarca, um país de primeiro mundo. Com Lula, seguirá no caminho da Argentina e da Venezuela”, destacou Inaldo. Os dois acreditam, porém, que, caso não seja reeleito, Bolsonaro entregará pacificamente o governo para Lula, “Ele só não aceitará entregar a faixa presidencial”, destacou Inaldo.

No total, 80,8 mil eleitores estão registrados para votar em Portugal neste segundo turno. Além de Lisboa, há mais dois colégios eleitorais, um no Porto, outro em Faro. Em todos eles, Lula venceu Bolsonaro no primeiro turno, ao contrário do que ocorreu em 2018, quando o candidato do PL ganhou por ampla margem do petista Fernando Haddad. De uma eleição para outra, houve uma mudança significativa no perfil do eleitorado brasileiro em Portugal. A maior parte dos que fixaram residência no país europeu nesse período tem nível educacional mais elevado.

Com CB

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