As vezes nosso pior inimigo somos nós mesmos.

Com paciência, persistência e determinação, podemos nos tornar nossos próprios melhores amigos e aliados

Por Delmo Menezes

Muitas vezes, somos nosso pior inimigo quando nos tornamos duros, em algumas ocasiões. Isso acontece quando nos colocamos para baixo, quando sabotamos nossos próprios sonhos e quando deixamos que nossos medos e inseguranças nos impeçam de alcançar nossos objetivos. Quando agimos assim, nos tornamos obstáculos para nós mesmos, limitando nosso potencial e impedindo nosso crescimento pessoal e profissional.

Essa autossabotagem pode assumir muitas formas, desde a procrastinação até a autocrítica constante. Às vezes, isso acontece porque temos medo do fracasso e preferimos não tentar a correr o risco de não alcançar o sucesso. Outras vezes, pode ser resultado de traumas emocionais ou experiências passadas que deixaram cicatrizes em nossa autoestima.

Importante ressaltar que todos nós cometemos erros e enfrentamos desafios em algum momento da vida. A diferença está em como escolhemos lidar com essas situações. Se permitirmos que nossos medos e inseguranças nos controlem, estaremos sempre lutando contra nós mesmos. Mas se conseguirmos reconhecer nossas fraquezas e aprender com elas, podemos transformar nossos desafios em oportunidades de crescimento e evolução pessoal.

Por que nos criticamos tanto? Por que é tão difícil para nós reconhecer nossas conquistas e tão fácil destacar nossos fracassos? Quando somos nossos piores inimigos, é provável que tudo pareça mais cinza, mais incerto e mais nublado. Tratar-se com compaixão está longe de ser uma tarefa fácil, mas às vezes se torna muito necessário.

Existem dois conceitos que usamos com muita frequência; a razão é que eles estão mal definidos no patrimônio linguístico e cultural cotidiano: perfeccionismo e autocrítica.

No campo da saúde mental, o perfeccionismo tem sido associado a entidades clínicas como a gravidade de transtornos alimentares, depressão, ansiedade ou estresse. Em contraste, a autocrítica tem sido relacionada à fobia social ou ao suicídio.

O que é perfeccionismo?

O perfeccionismo é a tendência de nos mantermos a altos padrões de desempenho enquanto nos avaliamos em excesso. Além disso, o resultado dessas avaliações costuma ser a autocrítica, o que leva a uma preocupação crescente em cometer mais erros. Existem dois tipos de perfeccionismo:

Perfeccionismo adaptativo

O perfeccionismo adaptativo implica, além de altos padrões de desempenho, uma baixa discrepância se as coisas estiverem longe de acontecer como queremos: reconhecemos que fazer tudo certo é sempre impossível.

Perfeccionismo desadaptativo

Por outro lado, o perfeccionismo desadaptativo alude a exigir muito de nós mesmos, mas também nos punir severamente se os resultados estiverem longe do esperado. Implica discordar excessivamente do resultado de nossas ações, ou seja, ter a percepção contínua de estar constantemente longe dos mais altos padrões estabelecidos.

O que é autocrítica?

A autocrítica e o perfeccionismo são irmãos. A autocrítica pode ser definida como um estilo de personalidade cognitiva por meio do qual avaliamos e julgamos a nós mesmos.

Para entendê-lo, a autocrítica alude a ser hipervigilante ao menor fracasso e julgá-lo negativamente de acordo. A autocrítica também tem uma parte adaptativa e uma parte disfuncional.

Autocrítica adaptativa

Saber onde falhamos ajuda a enfrentar os momentos delicados da vida com mais integridade. Além disso, é importante na formação da identidade, pois ao nos avaliarmos e vermos como podemos melhorar, nos sentimos mais capazes de lidar com as contingências negativas da vida.

Autocrítica disfuncional

Quando apenas percebemos comportamentos inadequados, ou quando apesar de alcançar o sucesso, estamos longe de reconhecê-lo, os problemas aparecem. Agindo como nossos piores inimigos, subestimamos os resultados positivos de nossas ações por considerá-los, por exemplo, meras obrigações.

Consequentemente, quando atingimos o objetivo proposto, podemos experimentar um alto grau de insatisfação pensando que “na realidade o que foi alcançado estava longe de ser tão importante”. Isso se chama desvalorização das conquistas e confirma o fracasso geral.

A importância de praticar a autocompaixão

A autocompaixão envolve aprender a acompanhar a si mesmo no sofrimento. Para vários autores implica um sentimento de carinho, cuidado e compreensão de si mesmo, mesmo quando os resultados estão longe do que desejávamos. Também está associado ao reconhecimento de que, como seres humanos, somos frágeis e imperfeitos.

Para Neff, especialista em autocompaixão, existem três características fundamentais dessa resposta:

  • Gentileza como si mesmo, entendida como tratar a si mesmo com cuidado e compreensão, em vez de julgamento crítico.
  • Humanidade compartilhada, ou seja, reconhecer que os outros também passam por sofrimentos semelhantes aos nossos.
  • Mindfulness ou a capacidade de perceber, prestar atenção e aceitar o que está acontecendo no momento presente.

É comum confundirmos autocompaixão com “sentir pena de nós mesmos”, e isso é um erro. A autocompaixão vai muito além, pois envolve ver nossa própria vida e a dos outros de uma posição de desconexão, sem distorções que diminuam a experiência.

Quando somos nosso pior inimigo, nos impedimos de alcançar nosso potencial máximo e de viver a vida que queremos. Mas podemos superar essa autossabotagem ao trabalhar na construção de uma autoestima saudável, buscar ajuda quando necessário e encarar os desafios como oportunidades de crescimento. Com paciência, persistência e determinação, podemos nos tornar nossos próprios melhores amigos e aliados em nossa jornada pela vida.

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Da Redação do Agenda Capital (Adaptado do site Mente Maravilhosa)

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