No DF o aumento de infecção por Covid-19 tem aumentado o número de pacientes nos hospitais da capital. Foto: Reprodução.

“É animador ver que a OMS agora reconhece que a transmissão aérea pode ocorrer”, disse Linsey Marr, especialista em aerossóis da Virginia Tech.

Por NY Times*

A Organização Mundial da Saúde afirmou nesta quinta-feira (9), que reconhece formalmente que as gotículas que transportam o coronavírus podem ser transportadas pelo ar dentro de casa e que pessoas que passam longos períodos em locais lotados com ventilação inadequada podem estar em risco de serem infectadas, uma reversão que muitos cientistas disseram estar muito atrasada.

A agência também reconheceu inequivocamente que o vírus pode ser transmitido por pessoas que não apresentam sintomas.

Os relatórios de Apoorva Mandavilli sobre a admissão, que vieram após pressão de mais de 200 especialistas, levaram a agência a atualizar sua descrição de como o vírus se espalhou . A agência agora diz que a transmissão do vírus por aerossóis, ou pequenas gotas, pode ter sido responsável por “surtos de Covid-19 relatados em alguns ambientes fechados, como restaurantes, boates, locais de culto ou locais de trabalho onde as pessoas podem estar gritando, conversando ou cantando.”

A OMS ainda enfatiza amplamente a disseminação do vírus por gotículas maiores que são tossidas ou inaladas ou pelo contato com uma superfície contaminada, também conhecida como “transmissão de fomito”. E em um documento mais longo sobre as evidências científicas, a agência ainda mantém que “investigações detalhadas desses aglomerados sugerem que a transmissão de gotículas e fomites também poderia explicar a transmissão de humano para humano dentro desses aglomerados”.

Além de evitar contato próximo com pessoas infectadas e lavar as mãos, as pessoas devem “evitar locais lotados, locais de contato próximo e espaços confinados e fechados com pouca ventilação”, afirmou a OMS. Ele disse que casas e escritórios devem garantir uma boa ventilação.

“É animador ver que a OMS agora reconhece que a transmissão aérea pode ocorrer, embora esteja claro que as evidências devem abrir uma barra mais alta para essa rota em comparação com outras”, disse Linsey Marr, especialista em aerossóis da Virginia Tech.

Ainda assim, a orientação atualizada não é tão extensa quanto muitos especialistas esperavam ver.

A OMS havia sustentado anteriormente que a propagação no ar é uma preocupação apenas quando os profissionais de saúde estão envolvidos em certos procedimentos médicos que produzem aerossóis. Porém, evidências crescentes sugerem que, em espaços internos lotados, o vírus pode permanecer no ar por horas e infectar outras pessoas quando inaladas, e pode até gerar eventos de super propagação.

Há meses é amplamente aceito que pessoas aparentemente saudáveis ​​podem espalhar o vírus como evidência para a construção de transmissão assintomática. Mas desde o início da pandemia, a OMS sustentou que os casos assintomáticos eram pouco frequentes e que a transmissão assintomática, embora possa ocorrer, era “muito rara”.

Na quinta-feira, no entanto, a agência afirmou: “As pessoas infectadas podem transmitir o vírus quando apresentam sintomas e quando não apresentam sintomas”.

A declaração fornece uma justificativa explícita para que todos usem máscaras – a OMS as aprovou apenas no início de junho, muito depois da maioria dos governos nacionais – e para testes mais difundidos, mesmo em pessoas sem sintomas aparentes.

Fonte: NY Times

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