Serviços demandam a colocação de 8 mil toneladas de aço e 90 mil metros cúbicos de concreto | Fotos: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

Maior obra viária do país em execução já tem paredes e teto; mais de mil homens estão envolvidos nos serviços

Por Redação

Quem vê por fora enxerga tapumes. Mas é ao atravessar o portão do canteiro de obras que se descobre que a construção do Túnel de Taguatinga, maior intervenção viária em execução no país, já tem cara e forma. Nas duas passagens subterrâneas que darão fluidez ao trânsito de acesso a Ceilândia e outras regiões administrativas, parte das paredes laterais já está erguida, assim como o teto.

Além de transformadora, a obra de arte de 1,2 km de extensão, que vai mudar a vida de quem mora e transita de carro por Taguatinga, carrega consigo números grandiosos. Por lá estão sendo aplicados 8 mil toneladas de aço e 90 mil metros cúbicos de concreto – o equivalente a 12 mil caminhões truck cheios dessa massa de cimento, pedras e areia. “Com mais de 60% concluídos, seguiremos, após a escavação, com a ventilação e a iluminação do túnel”, adianta um dos fiscais da Secretaria de Obras, o engenheiro civil Bruno Almeida.

Para dar agilidade à construção, o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Obras, construiu uma usina de concretagem em uma área do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) a cerca de 100 metros do canteiro de obras.

Bispo Renato Andrade, administrador regoonal de Taguatinga. Foto: Delmo Menezes / Agenda Capital

De acordo com o administrador da cidade, bispo Renato Andrade, “o túnel que é a maior obra de mobilidade do Brasil, está em Taguatinga. Uma obra que depois de concluída, beneficiará não apenas os moradores da cidade, mas, também, pessoas de várias cidades que transitam pelo centro. Todavia, não é apenas o túnel, o centro de Taguatinga ganhará um boulevard, uma bela obra de arte bem no coração da cidade, além da requalificação do nosso símbolo que é a praça do Relógio. Isso sim, nos dá orgulho de ser Taguatinguense”, afirmou o administrador.

Segundo Renato Andrade, a principal obra do Distrito Federal deverá ser entregue em meados de 2022. São R$ 275,7 milhões em investimentos e 1,7 mil empregos gerados para concluir uma passagem de 1.010 metros de extensão. A obra vai possibilitar a ligação para quem trafega no sentido Ceilândia pela Avenida Elmo Serejo, além de reformular o centro de Taguatinga.

O que já está pronto

O trabalho segue o cronograma planejado. No lado sul do túnel, sentido Ceilândia-Plano Piloto, já foram construídos, somente até o dia 7 deste mês, 233,21 metros da laje de fundo, ou piso propriamente dito. Em vez de asfalto, a estrutura terá 90 centímetros de concreto. Também nesse setor, 14 dos 16 módulos da laje de cobertura já estão concretados.

No sentido Plano Piloto-Ceilândia, o lado norte, que começou a ser erguido em dezembro do ano passado, já tem 78 metros de laje de fundo. Os dois lados estão em processo de escavação invertida – quando a terra é escavada e retirada para abrir espaço de passagem do túnel. “Um estudo de viabilidade validou a metodologia por interferir menos no trânsito e causar impactos menores à vizinhança”, explica o engenheiro Antônio Carlos Ribeiro Silva, que também atua como fiscal da Secretaria de Obras.

O encarregado de obras Francismar Mesquita: “É um aprendizado e um desafio diário para que tudo seja feito da forma mais eficiente”

Orgulho do projeto

Quem põe a mão na massa e trabalha diretamente na construção do Túnel de Taguatinga sente orgulho de fazer parte do projeto que transformará o trânsito da cidade. Francismar Mesquita, 48 anos, é o encarregado de obras e tem 30 anos de experiência com escavação e detonação de explosivos. A metodologia de escavação é encarada com afinco e prazer. “É um aprendizado e um desafio diário para que tudo seja feito da forma mais eficiente, e eu me sinto orgulhoso por colaborar com isso”, afirma.

O greidista (responsável pelo cálculo de material a ser usado) Gilberto Gomes, 48 anos, é o responsável pelo nivelamento do piso do túnel por onde vão passar mais de 130 mil carros por dia. Ele diz buscar a perfeição na execução do trabalho, pois qualquer falha pode gerar acidentes e desconforto aos motoristas. “Me sinto feliz em estar aqui e, no futuro, poder dizer aos meus filhos e netos: ‘o papai e vovô ajudou a construir isso aqui’”, conta.

Da Redação com informações da Ag. Bsa e Agenda Capital

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